A Polícia Civil do Estado de Goiás (PCGO) concluiu o inquérito
que investigou a violação do túmulo do serial killer Lázaro Barbosa. De acordo
com a polícia, uma das pessoas que cavou a sepultura do maníaco contou aos
policiais que estava tendo “sonhos” com Lázaro, e que o maníaco estaria pedindo
ajuda para resgatá-lo.
Segundo a PCGO, os policiais conseguiram identificar uma
adolescente, de 15 anos, e um homem, de 21, moradores de Sol Nascente, no
Distrito Federal. A menina contou aos policiais que Lázaro estava aparecendo
nos sonhos dela, e pedindo ajuda para sair da cova. Então, ela convenceu o
namorado a desenterrar o serial killer.
"Concluímos a investigação e chegamos aos autores. Ficou
constatado que essa pessoa que violou, de fato, o túmulo, não estava em suas
capacidades e razões mentais. Não há como culpar, condená-la por ter cometido
tal ato", explicou o delegado Rafhael Barboza, responsável pelo caso.
Lázaro está enterrado desde junho de 2021 no Cemitério Municipal
de Cocalzinho de Goiás, após ser morto em um confronto com a polícia em 28 de
junho. Com a violação, existia a possibilidade de que a cabeça do serial killer
tenha sido levada, mas uma perícia da PCGO constatou que nenhum resto mortal
foi levado.
Relembre o caso Lázaro
Lázaro Barbosa é o autor do assassinato de quatro pessoas da
família Vidal, em Ceilândia Norte, em 2021. Depois, ficou foragido e se
escondeu nos distritos de Edilândia e de Girassol, que pertencem a Cocalzinho.
Nesse período, invadiu chácaras, fez pessoas reféns e trocou tiros com a
polícia.
Na madrugada de 9 de junho daquele ano, os empresários Cláudio
Vidal de Oliveira, 48, Cleonice Marques, 43, e os filhos, Gustavo Marques
Vidal, 21, e Carlos Eduardo Marques Vidal, 15, foram surpreendidos em casa por
Lázaro Barbosa. Com arma de fogo e uma faca, ele rendeu a família, matou
Cláudio, os dois filhos e sequestrou Cleonice, que depois foi morta. Pela falta
de elementos, até hoje a polícia não sabe dizer se o criminoso agiu ou não
sozinho — o inquérito segue aberto na 24ª Delegacia de Polícia (Setor O).
Ao longo das investigações, surgiram suposições do que poderia
ter motivado a chacina. Entre elas, o fato de Lázaro Barbosa ter sido
contratado como matador de aluguel por fazendeiros ou de pertencer a uma
organização criminosa especializada em grilagem de terras. Essas hipóteses, no
entanto, não são as principais linhas de investigação da polícia.
Antes de cometer os homicídios, Lázaro violou sexualmente outra
mulher. A vítima, de 39 anos, estava em casa, no Sol Nascente, com o marido e o
filho quando, por volta das 2h, o criminoso invadiu o local. Ele rendeu e
prendeu os homens em um quarto e roubou os celulares de todos. Depois, levou a
mulher a uma área de mata fechada, onde a estuprou.
Sem se intimidar com a mobilização dos policiais, Lázaro invadiu
outra chácara um dia depois do assassinato da família Vidal. A proprietária e o
caseiro ficaram reféns do criminoso por cerca de cinco horas. Em fuga para o
município de Cocalzinho de Goiás, Lázaro cometeu uma série de crimes sem
interrupção: baleou pessoas, inclusive um policial, roubou carro, ateou fogo em
casa, trocou tiros com caseiro etc.
Após 20 dias de buscas, em 28 de junho, Lázaro foi morto após trocar tiros com policiais militares de Goiás, em Águas Lindas.