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segunda-feira, 23 de maio de 2016

Agentes acham segundo túnel em menos de 24 horas na Casa de Custódia

Cícero Portela
Agentes penitenciários da Casa de Custódia encontraram, nesta segunda-feira (23), mais um túnel feito por presos que pretendiam fugir da unidade penal. Foi o segundo achado pelos agentes penitenciários na Casa de Custódia em menos de 24 horas.
Segundo túnel encontrado em menos de 24 horas
Desta vez, a passagem subterrânea foi achada na cela 12 do pavilhão G, e tinha aproximadamente dez metros, dando acesso à lateral do ginásio, local que é separado da parte externa apenas por um muro baixo, facilmente transponível, conforme informou o vice-presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Kleiton Holanda.
"A fuga era iminente. Provavelmente não passaria desta noite, porque o túnel já estava bem adiantado", detalha Kleiton Holanda.
O sindicalista explica que os agentes decidiram fazer uma nova vistoria em alguns pavilhões após terem identificado o primeiro buraco, na noite de domingo (22), no pavilhão B. A inspeção foi feita nos blocos que ficam na parte de trás da unidade, onde as fugas são mais propensas.
Kleiton denuncia que o caos no sistema prisional piauiense se deve ao desinteresse do Governo do Estado em solucionar três graves problemas, que é a superlotação das unidades penais, a estrutura precária e a escassez de servidores.
Segundo o vice-presidente do Sinpoljuspi, apenas 12 agentes trabalham por plantão na Casa de Custódia. Enquanto isso, a unidade já possui quase mil detentos, embora sua capacidade seja de apenas cerca de 300 presos.
A entidade sindical denuncia, ainda, que a Secretaria de Justiça está usando a Casa de Albergados e o Hospital Penitenciário para abrigar parte dos presos, como forma de diminuir a superlotação.
"Atrás de vagas para colocar os presos, a Secretaria de Justiça que trabalhar de forma improvisada, usando o Hospital Penitenciário e a Casa de Albergados como presídio, com cem vagas para cada uma. O problema é que esses dois locais são feitos de tijolos e não possuem nenhuma estrutura para funcionar como presídio", afirma.
O membro do Sinpoljuspi considera que a má gestão do sistema penal piauiense é um fato histórico, que ocorre há décadas, e que culminou nas inúmeras adversidades observadas atualmente. "Essa forma improvisada de gerir o sistema penal pode resultar no mesmo problema observado na Penitenciária de Parnaíba, que usou o prédio de um antigo mercado público, e hoje está destruída, por conta da ineficácia da gestão do sistema prisional do Piauí. Em vez de acelerar as obras que se encontram a passos lentos, como a da unidade de Campo Maior e a do prédio anexo à Casa de Custódia, o Governo improvisa prédios de tijolos para transformar em penitenciária", acrescenta Kleiton.

Sindicato retifica nome de preso morto no domingo
O Sindicato dos Agentes Penitenciários também informou que o nome do detento morto no domingo é Antônio Francisco Rodrigues, e não José Carlos Pacheco de Araújo, como foi inicialmente informado pelo próprio Sinpoljuspi à reportagem d'O DIA.
A entidade, porém, afirma que a culpa pela divulgação equivocada é da Sejus. "Não se sabe a quantidade de presos na unidade. Estima-se que sejam mil presos, mas nem a secretaria, que tinha a obrigação de saber, tem esses dados. Então, fica difícil até mesmo detectar os nomes desses presos que estão morrendo, devido a essa falta de controle. É uma vergonha o Estado não saber nem os nomes dos seus presos", critica Kleiton Holanda.