parnaibapontocom com informações de O Olho
Cobrar R$ 25 para estacionar um carro, flanelinhas cobrando
até R$ 15, galinha caipira vendida a R$ 200 (será a galinha dos ovos de ouro?),
preços quintuplicados, casas alugadas a preços de Reveillon em Copacabana,
falta de água e estrutura que deixa a desejar em muitos pontos são fatores que
tornam o lugar um festival de exploração.
Vai quem quer! Podem dizer alguns. Mas será que é assim que
se faz turismo e se pensa em uma economia extra feita de maneira racional?
Isso termina afastando turistas, pessoas que poderiam voltar
mais vezes à cidade. Pois são raros os masoquistas que sofrem em um lugar e
retornam outras vezes para sofrer mais. E a lindeza de Pedro II e os prazeres
do Festival não combinam com masoquismo.
O lugar do festival de Inverno, a Praça Manoel Nogueira
Lima, também precisa ser revisto. Colocação de arquibancadas ou então rever o
espaço destinado a barracas são urgentes e prementes.
“DONOS DOS ESPAÇOS”
Aproximadamente 20% do espaço destinado ao público foi usado
para mesas. Enquanto isso o povo se engalfinhava e não eram raros os estresses
gerados por pisadas em pés e até empurrões. Sem falar na cultura dos “donos dos
espaços”, pessoas que levavam milhares de isopores e afins.
No sábado, talvez o dia mais lotado, estava impossível
transitar e uma simples ida a um dos poucos banheiros químicos espalhados no
entorno era um verdadeiro sacrifício.
Presenciamos uma garota passando mal e fomos chamar uma das
duas ambulâncias presentes. O rapaz que estava lá parecia mais assustado que os
parentes da menina. E disse que nada poderia fazer e pediu auxílio ao Corpo de
Bombeiros. A menina terminou sendo levada ao hospital por terceiros porque nem
a ambulância da Prefeitura e muito menos a dos Bombeiros pôde sair. Havia uma
viatura da PM no meio.
A visão de mais de 15% do público foi prejudicada porque
haviam árvores podadas erradamente. Claro que não é para retira-las, mas que se
fossem podadas adequadamente facilitaria a visão de muita gente.
É implicância? Claro que não! Apenas uma ajuda para a
reflexão, principalmente porque as autoridades ficaram confortavelmente em um
camarote. Talvez não tenham passado os apertos vividos pelos “mortais” e achem
que tudo foi um sucesso.
Foi um sucesso sim, de público, de boa música, de energias
positivas, mas também exploraram muito quem queria comprar produtos.
Pedro II tem potencial turístico incrível e para o ano
inteiro. Só precisa ser mais bem pensado e, principalmente, profissionalizado.
E profissionalização não significa exploração, mas entender que bem servir e
realizar esse serviço com qualidade só ajuda a trazer mais gente e até que os
preços cobrados a mais (lei da oferta e da procura) sejam compreendidos pela
compensação de felicidade.
Os shows foram ótimos, o povo de Pedro II é espetacular, a
cidade é linda, queremos voltar, mas sem exploração.
E que os espertalhões que se deram bem este ano possam
refletir e sofrer boicote sob o risco do Festival entrar em declínio. Até o ano
que vem, em mais um Festival, sem o termo exploração.