parnaibapontocom com informações de Gracyane Sousa
Imagem: Divulgação |
A superlotação é um dos principais problemas no sistema
prisional do Piauí. Neste ano foram mais de 60 tentativas de fuga abortadas nos
presídios do Estado e pelo menos seis fugas concretizadas. A última ocorreu na
Casa de Custódia, no sábado (28), quando 16 detentos conseguiram escapar da
penitenciária.
Enemésio Júnior, diretor da unidade de administração
penitenciária da Secretaria Estadual de Justiça do Piauí (Sejus), ressalta o
problema poderia ser amenizado através de ações articuladas pelo Estado, poder
Judiciário e Ministério Público. Ele ressalta que o problema da superlotação é
acentuado devido à grande quantidade de presos próvisórios, cerca de 68% dos
detentos estão encarcerados sem julgamento. Em novembro do ano passado, o
Estado ocupava a terceira colocação no ranking, de acordo com Relatório do
Cadastro Nacional de Inspeções nos Estabelecimentos Penais (CNIEP), divulgado
mensalmente pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
"Esse é um problema de Estado, não apenas da Sejus, que
tem feito seu trabalho. Atualmente, cerca de 68% dos nossos presos são
provisórios. O Piauí é o 2º estado com mais detentos provisórios e só ganhamos
da Bahia. Isso causa intraquilidade nos presos, porque eles não sabem quando
vão sair. Precisamos nos unir para resolver o problema", disse Enemésio
Júnior, em entrevista ao Notícia da Manhã, desta segunda-feira (30).
Ele cita como exemplo a situação da Casa de Custódia, onde
dos mais de 900 detentos, apenas de 250 foram condenados. Enemésio Júnior
ressalta que vistorias cotidianas são realizadas nos presídios do Piauí e a
construção de Cadeia de Altos e a conclusão de obras na Central de Triagem e no
presídio de Campo Maior, também desafogarão o sistema prisional do Estado.