parnaibapontocom com informações da Veja
Os brasileiros trabalham 153 dias do ano, ou cinco meses e
um dia, somente para pagar tributos, de acordo com levantamento do Instituto
Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Contado desde o início do ano,
o prazo acaba nesta quarta-feira, 1° de junho.
A estimativa, que leva em consideração impostos, taxas e
contribuições exigidos pelos governos federal, estadual e municipal, revela que
os contribuintes têm de trabalhar cada vez mais para conseguir pagar impostos.
Há 30 anos, em 1986, eram necessários 82 dias para pagar tributos. Em 1996, o
número subiu para 100 dias. Em 2006, eram necessários 145 dias, até atingir os
atuais 153 dias.
Em média, os cidadãos têm que destinar 41,80% do seu
rendimento bruto para pagar a tributação sobre renda, consumo, patrimônio etc.
Nos anos de 2014 e 2015, o índice era de 41,37%.
"Tivemos, a partir do início do ano de 2015, uma série
de aumentos de tributos, que causaram esse acréscimo de dias trabalhados pelos
brasileiros somente para pagá-los, com reflexos neste ano de 2016",
comentou, em nota, o presidente-executivo do IBPT, João Eloi Olenike.
No ranking dos países pesquisados, o Brasil se aproxima da
Noruega, onde os cidadãos destinam 157 dias de trabalho aos tributos e de
outros países europeus como Suécia (163), Alemanha (139).
"No entanto, a população de lá tem um considerável
retorno em termos de qualidade de vida, podendo usufruir dos serviços públicos,
diferentemente do povo brasileiro, que paga muito e não tem o retorno
adequado", afirma João Eloi.
Em São Paulo há um painel que mostra, em tempo real, quanto
já foi pago para os governos federal, estaduais e municipais neste ano. A conta
exibida no "Impostômetro" já ultrapassa 830 bilhões de reais.
Pesquisa - O estudo do IBPT considera a tributação incidente
sobre rendimentos, formada pelo Imposto de Renda Pessoa Física, contribuições
previdenciárias e sindicais, tributação sobre o consumo de produtos e serviços,
como PIS, COFINS, ICMS, IPI e ISS, e tributação sobre o patrimônio, grupo que
inclui IPTU e IPVA. Taxas de limpeza pública, coleta de lixo, emissão de
documentos e contribuições, como no caso da iluminação pública, também são
consideradas.
O levantamento foi feito por faixa de renda e considera o
período de maio de 2015 a abril de 2016.