A paralisação dos médicos que compõem a rede estadual de
saúde está prejudicando o andamento de cirurgias, consultas e exames no Piauí.
Para se ter uma ideia do impacto negativo do movimento, que teve início nesta
terça-feira (28), pelo menos 100 cirurgias deixarão de ser feitas no Hospital
Getúlio Vargas (HGV) enquanto os profissionais tiverem de braços cruzados. Os
dados foram divulgados nesta terça-feira (28) pela Secretaria Estadual de
Saúde.
De onze salas cirúrgicas do HGV, em apenas duas foram
realizadas cirurgias nesta terça. Para a diretora do Hospital Getúlio Vargas,
Clara Leal, o prejuízo da greve será grande mesmo com a estratégia da Sesapi de
fazer o reagendamento dos procedimentos.
“A previsão é que 30 cirurgias deixarão de ser realizadas
diariamente, totalizando 100”, informa Clara.
Já no Ambulatório Integrado do HGV, uma média de 500
consultas será cancelada diariamente durante os três dias de paralisação dos
médicos. A supervisora Marta Solange,
explica que as consultas que estavam
marcadas para hoje, dia 28, serão agendadas para o dia 19 de julho.
“As marcadas para o
dia 29, serão constadas para o dia 20 de julho e as do dia 30 de junho, ficarão
no dia 21 de julho. Os serviços de exames estão sendo realizados normalmente”,
esclarece a supervisora Marta Solange.
Médicos cobram reajuste salarial de 30%
O movimento foi deflagrado após o governo do Estado não
cumprir acordo feito com os médicos que prestam serviço para a rede estadual de
Saúde. A presidente do Simepi, Lúcia Santos, afirma que o reajuste salarial de
30%, acertado entre as partes ainda no ano passado, não foi pago no mês de
maio, data da base da categoria.
“Ficou acertado que o governo pagaria esses 30% dividido em
três parcelas durante o triênio de 2016, 2017 e 2018”, explica Lúcia Santos. O
Sindicato conta que buscou entendimento com o governo, mas foi informado que o
aumento do salário não seria possível porque as contas do executivo estadual
estão no limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) e no momento
nenhuma categoria pode reajuste salarial.
Em nota, o secretário estadual de Saúde, Francisco Costa,
garantiu que está buscando diálogo com a categoria médica. O gestor reafirma a
impossibilidade legal do Governo do Estado de fazer reajuste salarial, por
conta da LRF, e descartou o reajuste imediato para os médicos.
“Todas as medidas necessárias para diminuir gastos com a
folha de pessoal estão sendo tomadas pela Secretaria de Saúde e por todas as
secretarias de governo para que possamos voltar ao patamar em condições de
dialogar com a categoria e fazer seus reajustes, não só dos médicos, mas de
todas as categorias”, esclareceu Francisco Costa.
Diante do impasse, o movimento paredista continua até o dia
30 de junho, quando a categoria médica se reúne novamente para fazer novas
deliberações. Durante a paralisação só estão estão sendo feitos atendimentos
nas urgências e emergências dos hospitais.
PpC com informações do cidadeverde.com
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