Os pais do bebê de 1 ano e 2 meses, que morreu em Teresina
sob a suspeita de desnutrição, deverão ser notificados a prestar
esclarecimentos na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. De acordo
com o Conselho Tutelar, um inquérito policial será aberto assim que o laudo do
exame cadavérico sair para investigar se a menina era vítima de
maus-tratos. Uma enfermeira que atendeu
a criança falou que a menina apresentava desnutrição extrema.
A criança foi levada no domingo (18) ao Hospital São Carlos
Borromeo, no Pedra Mole, Zona Leste da capital, bastante debilitada, e segundo
a conselheira tutelar Socorro Arrais, já teria chegado morta à unidade de saúde.
“A mãe falou que ela foi medicada no dia 5 no mesmo
hospital, mas não informou o que a criança tinha. No domingo, retornaram ao
hospital com a criança, mas ela já estava morta. Vários relatos de vizinhos dão
conta de que a criança passava fome e sede”, disse.
O G1 conseguiu conversar com uma enfermeira que atendeu a
bebê. Amélia Barbosa contou que a menina apresentava sinais de extrema
desnutrição. “Era um bebê com aparência de idoso, com a pele toda enrugada,
desnutrida ao extremo. Quando trouxeram pra cá ela já estava morta, com o corpo
enrijecido”, falou a enfermeira.
Ainda de acordo com a profissional, vários vizinhos foram
até o hospital revoltados com a situação e chegaram a ameaçar os pais.
De acordo com a conselheira, o Conselho Tutelar deve reunir
a família para tratar sobre a guarda das outras três crianças: uma de 4, outra
de 6 e uma de 10 anos de idade.
“Estivemos na casa da família na noite de segunda-feira. Lá
não tem a mínima estrutura para essas crianças. Só vi uma rede e uma cama no
local. Não tem mais nada. Vizinhos relataram que iam dar água para o bebê, que
faltava alimentação. Precisamos resguardar as outras crianças e iremos ver isso
com a família extensora, que são os tios”, falou.
O Conselho Tutelar também apura se os pais fazem uso de
álcool e outras drogas. A família conta com uma renda de apenas R$ 400
provenientes do programa Bolsa Família. A mãe trabalhava fazendo diárias de
forma esporádica.
“Encontramos os irmãos bastante assustados, uma casa muito
suja, as crianças sem a mínima higiene. Esses não deviam passar fome porque
estão na escola e devem merendar por lá, mas a outra (bebê) necessitava de uma
alimentação mais rigorosa”, destacou ainda a conselheira.
Disque 100
Para o Conselho Tutelar, muitos casos semelhantes a esse
poderiam ser evitados caso a população conhecesse mais a fundo o Disque 100,
serviço de utilidade pública da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência
da República criado para receber denúncias de violação aos direitos de pessoas
em situação de vulnerabilidade. As informações são do G1 PI.
Delegacia de proteção a criança e adolescente de Teresina |
Socorro Arrais conselheira que acompanha o caso
Edição ParnaíbapontoCom
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