Editado por ParnaibapontoCom |
O Condomínio Fazenda Real, um dos alvos de uma operação da Eletrobras e da Polícia Civil para o combate ao furto de energia, afirmou nesta
sexta-feira(28) que ação realizou um “flagrante preparado”, já que os
consumidores abordados foram justamente aqueles que solicitaram instalação ou
troca de medidor de eletricidade. A nota do condomínio afirma que as abordagens
foram na verdade uma retaliação contra reclamações realizadas pelos
consumidores, além de abuso de autoridade e invasão de privacidade.
“Questionamos também o porquê da condução de moradores até a
Greco, sendo que os mesmos tinham em mãos os protocolos de solicitação de
instalação ou substituição de medidores de energia elétrica. A Eletrobras-PI
sabia, portanto, quais moradores necessitavam do equipamento e no lugar de
instalar os medidores levou a polícia para conduzi-los no que consideramos um
‘flagrante preparado’”, diz trecho da nota.
O delegado Lércio Evangelista, que estava na “Operação
Real”, afirmou que todas as prisões foram feitas em situação de flagrante. O
delegado confirmou que não havia investigação ou mandado a ser cumprido, que a
Polícia Civil estava no local a pedido da Eletrobras e que desconhece o
histórico entre os consumidores flagrados e a Eletrobras.
“Eram todas ligações irregulares, o que é crime. A polícia
em nenhum momento tinha ciência sobre os problemas entre empresa e
consumidores, mas, independente disso, os consumidores nunca poderiam fazer o
que fizeram. Além disso, o apoio para a Eletrobras é legal”, disse Laércio.
Para o G1, a Eletrobras Piauí afirmou que todos os seus
procedimentos são embasados na legislação vigente e que o furto de energia de
energia é um crime tipificado no Código Penal.
No dia 26 de abril, o Grupo de Repressão ao Crime Organizado
(Greco) e técnicos da Eletrobras realizam uma operação de combate ao furto de
energia em no condomínio Fazenda Real e também no Condomínio Grand Park. Dez
pessoas foram presas e sete detidas.
Na nota divulgada pelo Fazenda Real, o condomínio sugere que
a operação pode ser uma retaliação, já que os moradores atingidos pela ação
acionaram a Eletrobras judicialmente e no Procon.
“Vários condôminos e a própria Administração do Condomínio
oficializaram denúncias junto a Aneel ou propuserem ações judiciais ou
reclamações no PROCON, inclusive com registro de Boletins de Ocorrências
registrados na Polícia Civil, por causa de danos morais e materiais aos
condôminos. Certamente, o número de reclamações dos condôminos deve ter reunido
um considerável volume de material contra a Eletrobras-PI, que curiosamente
iniciou a ‘Operação Real’ ou ‘Caiu na Real’ exatamente pelas residências cujos
proprietários formalizaram as suas reclamações ou ações judiciais”.
O texto afirma que defende e apoia toda e qualquer ação de
combate a atos lesivos ao erário, a exemplo do furto de energia. Entretanto, o
condomínio argumenta que a operação desenvolvida pela Eletrobras e Polícia
Civil foi abusiva e pirotécnica, já que não havia inquérito em curso e ou
mandados judiciais expedidos.
Por fim, o condomínio afirmou que vai adotar as medidas
cabíveis contra o que ele considera abuso de autoridade, invasão de privacidade
e danos morais praticados contra condôminos e contra a administração do
Condomínio Fazenda Real. G1
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