Por Teodoro Neto |
Após a estreia em Teresina “As Malditas” segue em turnê por
várias cidades do Estado. Parnaíba receberá o espetáculo no próximo dia 15 de
julho no Espaço Balaio, Rua São Vicente
de Paula, Centro com entrada franca.
"Duas irmãs com nome de flores e almas de
espinhos". Já por esta frase se começa a definir por onde anda o enredo
das duas mulheres que dividem casa, intrigas e alfinetadas necessárias à
própria sobrevivência incontrolável.
Um conturbado relacionamento das irmãs Rosa e Margarida, que
ao complexo de "Malditas" aguçam uma rede de intrigas dadas ao
cotidiano de uma (in)feliz convivência. Por sete anos dividem um toma lá, dá
cá, para "devoção familiar" de parentas que não se suportam.
A montagem reconta a última noite que passaram juntas, se
amaldiçoando por tudo que fizeram, ou deixaram de fazer uma à outra. A peça já
recebeu diversas montagens Brasil afora e sempre com uma boa recepção, pelo
teor cáustico cômico.
O texto original tragicômico é do paraibano Saulo Queiroz.
Ele, de uma geração de autores/as dramaturgos/as que compõem o nicho literário
dramático nordestino, no cenário da Paraíba. A história foi escrita em 1997.
O autor criou uma trama, de irmãs antagônicas que devem
favores uma à outra e que geram uma "guerra" intra-paredes, em
acelerado processo de armar o destino que defina que vai sobreviver às
delicadas doses de "veneno" que preparam para a sorte dos próprios
futuros.
Margarida é analfabeta, viúva, pobre e desenvolve um
fanatismo religioso. Rosa é deficiente física, professora universitária
aposentada e apreciadora de música erudita. Seus ouvidos afinados ao clássico a
faz sentir-se "melhor" que o mundo, da irmã de pouca cultura. Elas
vivem, a contragosto, uma difícil relação de dependência mútua. E não alimentam
bons sentimentos acerca da vida familiar e da existência.
Uma coisa em comum? O mesmo sangue e o mesmo ódio. Um ódio
surgido na infância que atravessou a adolescência e encontrou maior vigor em
plena meia idade. Ironicamente o destino lhes pregou uma peça, são obrigadas a
viverem sob o mesmo teto. Essa vida que as reúne e impõe dependência mútua é
também a que jamais podem propiciar uma trégua, de verdade, dentro das tramas
de fingimento e de falsas atenções familiares.
Uma, financeira e profissionalmente, bem sucedida, mas
paralítica amarga. Outra, "sozinha" no mundo, mas jamais ambicionou
um espaço maior que a própria cozinha. E, numa situação de quase abandono, se
sujeita ao conforto e bondade da irmã paraplégica. Dividem um velho casarão e,
dessa forma, terminam seus dias fazendo às vezes, ou quase sempre, uma
companhia infernal uma à outra.
Atuam no espetáculo tragicômico, os atores Carlos Anchieta e
Franklin Pires. Juntos pela primeira, Anchieta e Pires, têm experimentado o
doce sabor da vitória na cena e dos "desvios" encontrados à
construção da personagem que trazem, à cena, com gosto de crimes delicados.
A produção executiva do espetáculo é de Carlos Anchieta & Bid Lima; cenografia de Bid Lima e Manu Andrade; figurinos de Bid Lima; caracterização e maquiagem de Danilo França; sonoplastia de Márcio Brytho e luz de Pablo Erickson.
A produção executiva do espetáculo é de Carlos Anchieta & Bid Lima; cenografia de Bid Lima e Manu Andrade; figurinos de Bid Lima; caracterização e maquiagem de Danilo França; sonoplastia de Márcio Brytho e luz de Pablo Erickson.
A peça conta com o apoio do Governo do Estado, através da
Secretaria Estadual de Cultura.
“O espetáculo vem com um texto muito rico, que passeia pelo
drama, mas vem com umas pitadas de comédia. Esperamos que o público goste”, diz
o ator Carlos Anchieta.
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