Por Teodoro Neto |
O deputado piauiense Heráclito Fortes (PSB) admitiu que
recebeu dinheiro de laranjas para a campanha eleitoral. Em entrevista publicada
pela Folha de São Paulo neste domingo (25), alguns políticos citados em
delações de ex-executivos da Odebrecht, assumiram que receberam dinheiro do
chamado “caixa-três”.
Identificado como "Boca Mole", Heráclito Fortes
foi um dos políticos que admitiram ter recebido da empreiteira doação eleitoral
por meio de empresas laranjas.
O chamado "caixa três", é uma triangulação do
dinheiro de campanha com o objetivo de surripiar quem era o real financiador. A
fórmula é uma variação do legal, "caixa um", que é o valor doado sem intermediários e
declarado à Justiça, e do ilega,
"caixa dois", que é a movimentação de recursos de campanha por fora.
"Eu declarei, foi tudo por dentro. Não sei por qual
motivo a Odebrecht não quis dar o dinheiro e passou para outras duas empresas.
Acho que havia muita pressão na época e ela não queria aparecer muito",
disse Heráclito à Folha.
Nas eleições de 2010, a Odebrecht utilizou esse caixa três
para direcionar R$ 5,5 milhões para 28 candidatos. Na prestação de contas
eleitorais desses políticos, a empreiteira não aparece como a real fonte dos
recursos, e sim a Praiamar e a Leyroz. As investigações apontam que essas duas
empresas eram distribuidoras do grupo Petrópolis, fabricante da cerveja
Itaipava.
Os executivos da Odebrecht contaram ao Ministério Público,
em delação premiada, que a cervejaria foi usada diretamente em 2014 para
replicar o esquema. De acordo com explicações dadas aos procuradores, havia
dois motivos para a utilização do modelo: não estourar o teto estabelecido por
lei para doações e evitar cobranças de políticos rejeitados. Informação Viagora
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