Por Teodoro Neto |
Na manhã desta quinta-feira (03), a polícia deflagrou a 'Operação Conexão' para combater a facilitação de
fuga de presos ou submetidos à medida de segurança, corrupção de agentes
públicos e prisões de integrantes de uma organização criminosa responsável por
articular a entrada e comercialização de aparelhos celulares, baterias e
carregadores dentro das Unidades Prisionais do Estado.
Seis pessoas foram presas, entre elas o policial militar
Cláudio Rodrigues do Nascimento, que trabalha na Casa de Custódia de Teresina.
A investigação apurou que Cláudio facilitou fuga, no dia 2 de março deste ano,
de quatro assaltantes de banco que estavam presos na unidade.
De acordo com o secretário de segurança pública, Fábio
Abreu, a operação se iniciou justamente com a fuga de alguns presos da Casa de
Custódia e foram parar em cima do policial. “Todas as investigações levaram ao
policial militar e nisso chegamos a conclusão de que havia um processo mais
amplo, ou seja, além dessa facilitação de fuga havia uma espécie de corredor da
rua com a Casa de Custódia. Através desse policial se inseriam vários celulares
no interior do presídio”, declarou.
Ainda segundo o secretário, muitas coincidências levaram
para investigação sobre o cabo Cláudio. “Eram muitas possibilidades, uma vez
que os indivíduos não cavaram túnel, não quebraram nenhuma parede e a fuga se
deu utilizando equipamentos que normalmente eles constroem mas para que isso
acontecesse era necessário que houvesse a conivência de alguém e o policial que
está em serviço desse jamais deixaria acontecer. A partir das investigações
conseguimos chegar a conclusão que realmente tinha ação direta do policial.
Fomos informados que pelas baterias que ele colocava para dentro do presídio
ele recebia R$ 50 mas chegava a R$ 1.500 cada aparelho sendo posto dentro da
penitenciária. Estava sendo um negócio lucrativo para ele que colocou sua
profissão em risco”, declarou.
“A gente precisa destacar é que uma ação de um agente
público dessa natureza pode ter consequência de um indivíduo de dentro do
presido dar ordem para matar um policial fora, por isso que eu tenho essa
obstinação para punir aquele que é mal profissional”, disse Fábio Abreu.
Os outros presos são Josimar Carvalho da Silva (assaltante e
líder da organização), Ismael Ferreira da Silva, Paulo Reis Silva Ribeiro,
Ivoneide Ângelo Silva Ribeiro e Israel Alves da Silva. Também foram cumpridos
sete mandados de busca e apreensão, inclusive na Casa de Custódia.
Josimar é ex-detento e segundo o secretário de segurança, é
o principal organizador do processo do lado de fora. “É exatamente o Josimar
que captava esses aparelhos, embalava e temos informes que por dia eles
conseguiam colocar mais de 20 celulares no sistema prisional. A esposa do
Josimar também foi conduzida, ela já tem uma vida pregressa de envolvimento e
já foi condenada por tráfico, ela foi levada para colaborar, nós estamos dando
oportunidade que ela continue com a educação dos dois filhos que ela tem e
nosso objetivo é fornecer todas as provas ao judiciário”, disse
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