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segunda-feira, 2 de outubro de 2017

Para vice-governadora negociar reajustes agora seria uma queda de braço desgastante entre governo e servidor

Edição Teodoro Neto |
Vice-governadora Margarete Coelho
A vice-governadora Margarete Coelho (PP) comentou sobre a relação entre as crises financeira e do sistema carcerário no Piauí, ao ressaltar que diante do défict nas finanças do Estado, não é possível haver reajustes nem investimentos fora dos previstos para a área da segurança pública.
De acordo com ela, nesse momento, tentar negociar reajustes que são legítimos e necessários para as categorias, como o de agentes penitenciários, é fazer uma “queda de braço desgastante e desnecessária” entre governo e servidores.
Margarete argumenta que, infelizmente, o Estado não tem condições de aumentar a sua receita e não tem como assumir mais gastos com pessoal, pois não há uma perspectiva otimista de poder cumprir tais compromissos.
“Eu sei que é legitimo o pleito, que todos têm que almejar melhorar e eles também, mas não adianta forçar, porque dinheiro é valor e não tem como você ampliar a arrecadação do Estado nesse momento. Nós estamos trabalhando no sentido de ampliar, mas realmente não adianta assumir compromisso, o estado ou governo assumir compromissos que não vão ser cumpridos, para depois atrasar salários, não só dos agentes, mas de todos os servidores.
- O que queremos é um Estado organizado, honrando todos os compromissos, e na medida em que as finanças do Estado permitam, ir atendendo a essas demandas que são justas, compreensíveis, mas se o Estado não tiver a possibilidade de atender, acho que é a gente entrar em uma queda de braço desgastante, desnecessária, com repercussões gravíssimas para o Estado, para o serviço público e no final das contas, para a população".
Ao comentar sobre a problemática do sistema carcerário do Piauí, Margarete ressaltou que ele tem todos os problemas que os demais sistemas carcerários têm. Ela defendeu que penas alternativas sejam melhor aplicadas, e que assim, pode haver uma solução diferente para o problema da superlotação de presídios.
“Temos uma modalidade que precisa ser revista, que tem uma cultura de aprisionamento que tem imperado no nosso sistema penitenciário e isso repercute no nosso sistema prisional também. O Piauí está construindo novas cadeias e casas de albergues para receber essas demandas, mas há todo um estudo no sentido de rever essas práticas”, afirmou. 
A vice-governadora utilizou o exemplo da audiência de custódia, acreditando que seja uma providência para diminuir o encarceramento. “Nós temos uma população carcerária muito grande, e que demanda um grande esforço para o Estado administrar, então há outras medidas que podem ser tomadas e não só a prisão. No Brasil, prova só é gravação e pena só é de prisão. A gente tem que rever isso. O sistema jurídico nos oferece outras opções que podem ser adotadas”, concluiu.

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