Edição Teodoro Neto |
Na última segunda-feira (17), a menina Iris Claudiene, de 12 anos, veio a óbito após ligar um pisca-pisca para enfeitar a árvore de Natal em
sua residência e sofrer um choque elétrico. O fato chamou atenção para os
riscos que um hábito comum – a decoração com luzes natalinas – podem trazer
quando se utilizam objetos de procedência duvidosa.
De acordo com o major José Veloso, diretor de Engenharia do
Corpo de Bombeiros, os primeiros socorros fazem a diferença entre a vida e a
morte da vítima de choque elétrico. A primeira ação deve ser separar a pessoa
que está sofrendo a descarga elétrica da fonte de eletricidade, usando
materiais de plástico ou de madeira e sem tocá-la, pois isso pode fazer outras
vítimas.
Após a separação, a língua da vítima deve ser puxada para
liberação da via respiratória. Major Veloso explica que o choque elétrico causa
a contração de toda musculatura e uma das consequências é o fechamento das vias
respiratórias, em que a língua se retrai e ocasiona o fechamento da glote.
Quatro minutos é o tempo que a gente tem para poder evitar
lesões mais graves e até a morte. “A pessoa desmaia, o coração pode até
continuar batendo, mas se não houver liberação da via respiratória, ela pode
acabar morrendo. Após liberar a via respiratória, devo fazer reanimação
cardiopulmonar, se houver necessidade”, completa, acrescentando que a pessoa
deve ter acompanhamento médico após a ocorrência.
Como evitar acidentes
Ao adquirir piscas-piscas ou produtos similares, o
consumidor precisa procurar a certificação do Inmetro, pois é a garantia de que
foi averiguada e aprovada uma série de normas de segurança relacionadas à
qualidade deste artigo. Além disso, o major Veloso recomenda que seja guardada
a nota fiscal do produto, para que, em caso de algum acidente, a vítima possa
acionar os órgãos de proteção ao consumidor.
“Porque esse controle de qualidade avalia desde a tomada,
até o interruptor, as conexões, a fiação, toda uma série de equipamentos
presentes no produto que obedecem às normas brasileiras. Têm muitos
pisca-piscas importados e esses importados, muitas vezes, não têm padrão
brasileiro de qualidade”, aponta o bombeiro.
Por ser um produto típico do Natal, as pessoas costumam
deixar os pisca-piscas guardados o ano todo. É por isso que se deve atentar
para a data de validade desses produtos, pois o uso, ao longo dos anos, pode
danificar a fiação, fios podem ficar desencapados e as tomadas prejudicadas, o
que facilitam acidentes elétricos.
Instalações elétricas inadequadas representam 85% dos
incêndios
Segundo as estatísticas do setor de perícia do Corpo de
Bombeiros, em torno de 85% dos incêndios, são relacionados a instalações
elétricas, ou seja, relacionados ao uso inadequado ou à própria instalação
inadequada, é o que conta o major José Veloso.
A instalação elétrica puxa energia com mais força e isso
causa um aquecimento da fiação elétrica e, em caso desta fiação se aquecer
demais, a consequência é o derretimento do plástico de isolamento e pode
acarretar em um curto circuito e incêndio.
“Por exemplo, eu tenho uma casa e, de repente, ela quer
fazer instalação e ela quer botar um chuveiro elétrico, mas a instalação não é
projetada para isso. Ar condicionado, chuveiro elétrico demandam uma instalação
específica”, explica.
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