Edição Teodoro Neto |
Uma pesquisa divulgada, nesta quinta-feira (21), pelo
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística aponta que o Piauí é o segundo
estado com o maior número de analfabetos, com idade entre 15 anos ou mais, no
Brasil. Segundo os dados divulgados pelo IBGE, 17,2% dos piauienses jovens e
adultos não sabem ler ou escrever. O levantamento, feito durante o ano de 2016,
faz parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(PNAD/Contínua).
Em relação a quantidade de anos de estudo, a pesquisa aponta
que a média de anos de estudo dos piauienses de 25 anos ou mais de idade é de
apenas 6,3 anos, ou seja, grande parte da população adulta sequer concluiu o
ensino fundamental. O resultado demonstra que o estado ficou longe de cumprir a
meta para a Região Nordeste em 2016, que era de 9,4 anos.
Além disso, a Pnad Contínua destaca que, em 2016, o Piauí
tinha 22,8% da sua população jovem, com idade entre 14 e 29 anos, sem
frequentar a escola ou trabalhar. De acordo com a pesquisa, os motivos
apontados pelos entrevistados para não frequentarem a escola ou cursos de
qualificação no Brasil variavam, desde motivos que incluíam estar procurando
trabalho ou porque tinham que cuidar dos afazeres domésticos ou de criança,
adolescente, idosos ou pessoa com necessidades especiais, até já ter concluído
o nível de estudo que desejavam ou que faltava dinheiro para pagar as despesas.
Brasil
Cerca de 66,3 milhões de pessoas de 25 anos ou mais de idade
(ou 51% da população adulta) tinham concluído apenas o ensino fundamental em
2016. Além disso, menos de 20 milhões (ou 15,3% dessa população) haviam
concluído o ensino superior.
A desigualdade na instrução da população tem caráter
regional: no Nordeste, 52,6% sequer haviam concluído o ensino fundamental. No
Sudeste, 51,1% tinham pelo menos o ensino médio completo.
Ainda entre a população com 25 anos ou mais, no Brasil,
apenas 8,8% de pretos ou pardos tinham nível superior, enquanto para os brancos
esse percentual era de 22,2%. O nível superior completo era mais frequente
entre as mulheres (16,9%) do que entre os homens (13,5%).
A taxa de analfabetismo no país foi de 7,2% em 2016 (o que
correspondia a 11,8 milhões de analfabetos), variando de 14,8% no Nordeste a
3,6% no Sul. Para pessoas pretas ou pardas, essa taxa (9,9%) era mais que duas
vezes a das brancas (4,2%).
Entre as pessoas de 60 anos ou mais de idade, a taxa de
analfabetismo chegou a 20,4%, sendo 11,7% para os idosos brancos e 30,7% para
os idosos pretos ou pardos.
Em média, a população do país tinha 8,0 anos de estudo e as
menores médias regionais eram do Norte (7,4 anos) e do Nordeste (6,7 anos). As
pessoas brancas mostraram-se mais escolarizadas (9 anos) em relação às pretas
ou pardas (7,1 anos).
Cerca de 3,1 milhões de crianças com até 3 anos de idade (ou
30,4% desse grupo etário) frequentavam creche. Já entre as crianças de 4 e 5
anos, a taxa de escolarização era de 90,2%, ou seja, 4,8 milhões de estudantes.
Para as pessoas de 6 a 14 anos as taxas de escolarização
chegaram a 99,2%, e para as pessoas de 15 a 17 anos, 87,9%. Entre os jovens de
18 a 24 anos, 32,8% estavam frequentando escola e 23,8% cursavam o ensino
superior.
No Brasil, 24,8 milhões de pessoas de 14 a 29 anos não
frequentavam escola e não haviam passado por todo ciclo educacional até a
conclusão do ensino superior. Desse grupo, 52,3% eram homens e mais da metade
deles declararam não estar estudando por conta do trabalho, além de 24,1% não
terem interesse em continuar os estudos. Entre as mulheres, 30,5% não estudavam
por conta de trabalho, 26,1% por causa de afazeres domésticos ou do cuidado de
pessoas e 14,9% por não terem interesse. Informações Nathalia Amaral/O Dia
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