Edição Parnaíbapontocom
Em abril deste ano, várias crianças e adolescentes passaram
mal e foram levadas ao hospital sob suspeita de intoxicação após ingerirem o
medicamento Albendazol durante uma campanha realizada na Escola Municipal
Justina Freitas. Dos 55 alunos que tomaram o remédio contra verminoses, 28
apresentaram algum sintoma e os pais foram à sede das Promotorias de Justiça de
Corrente para relatar que seus filhos passaram mal e foram encaminhados ao
hospital regional de Corrente apresentando coceira, vômito, náuseas e dor de
cabeça.
A direção do hospital encaminhou ao MPPI um ofício
informando diversos casos de reações medicamentosas em crianças e adolescentes
pelo consumo de Albendazol. A promotora de Justiça Gilvânia Viana instaurou um
inquérito civil para apurar o caso. A representante do Ministério Público
solicitou à secretaria de saúde de Corrente a relação dos alunos que receberam
o medicamento; as autorizações dos pais ou responsáveis para que a escola
realizasse tal ação e o protocolo a ser obedecido pelos profissionais de saúde
sobre a ministração do fármaco.
O enfermeiro e a técnica de enfermagem responsáveis pela
aplicação do remédio também foram ouvidos pela promotora de Justiça. Foram
coletadas três amostras da água consumida na escola, no Rio Corrente, que
abastece a comunidade, e dos comprimidos de Albendazol. Todas as amostras foram
encaminhadas para análise no Instituto Aldofo Lutz, em São Paulo. O relatório
apontou que a água continha coliformes totais e a bactéria escherichia coli. O
documento ainda pontua que as reações apresentadas pelos estudantes, não
originaram na ingestão do medicamento, uma vez que os laudos apontaram que não
houve alteração do mesmo.
A 2ª Promotoria de Justiça de Corrente realizou, na sexta-feira
(9), audiência pública com moradores para apresentar os resultados dos laudos
técnicos do Laboratório Aldolfo Lutz, sobre a ocorrência da intoxicação de
crianças e adolescentes, após a ingestão do medicamento Albendazol.
A representante do Ministério Público orientou os gestores
públicos municipais de Corrente à adoção das seguintes ações: o fornecimento de
água própria para o consumo humano à Escola Justina Freitas; realizem a limpeza
do reservatório/caixa d’água do estabelecimento de ensino, sob a supervisão e
responsabilidade de profissional de química, com o objetivo de que este preste
orientações acerca da melhoria do sistema de tratamento de água distribuída. O
nome do químico e o seu registro no Conselho Regional de Química devem ser
encaminhados ao Ministério Público. Outra medida requisitada pelo MPPI consiste
na realização periódica do processo de cloração do poço tubular que abastece a
Escola Justina Freitas, conforme os requisitos técnicos do artigo 34 da
Portaria n° 2.914/2011, do Ministério da Saúde.
A Prefeitura de Corrente tem o prazo de 10 dias para enviar
ao Ministério Público uma resposta quanto ao recebimento e cumprimento da
recomendação.
Informações Piauí Hoje
Imagem ilustrativa/Web |
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