O Piauí acaba de atingir um marco histórico na agricultura brasileira. Pela primeira vez, o estado deve ultrapassar a marca de 4 milhões de toneladas de soja colhidas, segundo projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra 2025/2026. A previsão é de 4,082,8 milhões de toneladas, um crescimento de 8,1% em relação à safra anterior — quase três vezes maior que o aumento esperado para o país como um todo.
A previsão é uma colheita de 4,082,8 milhões de toneladas, um crescimento de 8,1% em relação à safra anterior — quase três vezes maior que o aumento esperado para o país/Reprodução
Em um cenário nacional de cautela, o desempenho piauiense se destaca. A área plantada também vai crescer 4,6%, confirmando a expansão da fronteira agrícola do Cerrado piauiense, sobretudo no chamado Matopiba — região que reúne áreas de Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. Essa é uma conquista que coloca o estado entre os protagonistas da produção nacional de grãos, consolidando uma trajetória que combina tecnologia, adaptação climática e empreendedorismo rural.
Produzir alimentos no Brasil sempre foi mais do que uma questão econômica. É um pilar de soberania e segurança alimentar, e o país segue sendo um dos grandes celeiros do planeta — responsável por abastecer mercados e garantir energia e fibras em escala global. A soja e o milho representam cerca de 90% da produção nacional de grãos, e o Brasil, graças a seu território continental, consegue colher até três safras agrícolas por ano, algo que poucos países no mundo alcançam.
No caso específico da soja, a demanda internacional continua aquecida. O crescimento do consumo de proteína vegetal e a expansão dos biocombustíveis mantêm a cultura entre as mais lucrativas do agronegócio mundial. O Brasil, que já é o maior produtor e exportador de soja do mundo, deve ampliar ainda mais sua liderança, impulsionado pela redução das exportações norte-americanas e pela alta demanda da China, destino de cerca de 73% das exportações brasileiras do grão.
Mesmo com a pressão sobre os preços e o risco de margens mais estreitas no mercado interno, a cultura segue sólida e estratégica. A expansão da produção piauiense mostra que o estado soube aproveitar o ciclo positivo, com investimentos em infraestrutura, tecnologia de plantio e manejo sustentável — um equilíbrio que tem sido decisivo para manter o crescimento mesmo em anos de instabilidade climática.
O Brasil, ao mesmo tempo que é potência em commodities, também carrega uma imensa diversidade agrícola. Povos tradicionais, comunidades rurais e a agricultura familiar convivem com a produção em larga escala, formando um mosaico produtivo que é, em si, um retrato da complexidade nacional. O desafio, agora, é seguir crescendo sem abrir mão da sustentabilidade e da inclusão social no campo.
No Piauí, o novo recorde da soja é mais que um número: é símbolo de uma mudança de patamar. O estado, que há pouco mais de uma década ainda era visto como promessa agrícola, agora se firma como protagonista de uma economia que alimenta o país e o mundo. Com informações do Portal Conecta Piauí
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