O Ministério da Economia avalia que o auxílio emergencial
pode ser estendido até dezembro. Embora membros da pasta mencionem preocupação
com o impacto fiscal da medida, há o entendimento que pressões políticas podem
levar à prorrogação.
Foto: Roberta Aline/Cidadeverde.com |
O auxílio emergencial já demanda R$ 254,2 bilhões e
representa a medida mais cara do pacote anticrise. O programa foi criado para
durar apenas três meses, com valores concedidos em abril, maio e junho. Depois,
foi prorrogado por dois meses (até agosto).
A equipe econômica sempre defendeu que a medida fosse
temporária e não se prolongasse, mas a partir de maio amenizou o discurso e
passou a admitir extensões (embora defendendo valores menores).
O ministro Paulo Guedes (Economia) defende um valor de R$
200. Ele entende que esse valor representa aproximadamente a média recebida no
Bolsa Família, e que portanto o auxílio não poderia ser maior do que isso.
No entanto, Guedes já defendia uma redução para R$ 200 em
maio caso a medida fosse prorrogada, e o governo estendeu o auxílio por mais
dois meses mantendo a quantia de R$ 600.
A prorrogação do benefício pelo valor de R$ 600 dispensa um
novo aval (e possível derrota) no Congresso. Isso porque o texto que o criou
permite a extensão por ato do Executivo, mas mantendo os valores previstos na
proposta (de R$ 600 ao mês).
Desde que foi desenhado, para durar três meses, o auxílio
emergencial é alvo de interesse no mundo político, principalmente em torno dos
valores concedidos. O valor de R$ 600 só foi alcançado após embates entre Executivo
e Legislativo durante a formatação da proposta.
Guedes propôs inicialmente uma quantia de R$ 200 e o
Congresso pressionou por uma elevação para R$ 500. Depois, o governo elevou
para R$ 600 para ficar com a paternidade do valor concedido.
Apesar disso, Guedes considera que a disputa prejudicou o
formato do auxílio, porque a medida poderia durar mais se tivesse um valor mais
baixo.
Folhapress