Familiares e amigos da mulher que foi vítima de um estupro dentro de um hospital de Teresina fizeram mais um protesto na manhã desta quinta-feira, 3, diante do Tribunal de Justiça. A Polícia Civil, que pediu a prisão preventiva do suspeito, um enfermeiro que trabalhava em um hospital particular da capital. Informações G1 Piauí
O protesto aconteceu entre as 8h e 9h30 da manhã de quinta-feira. Cerca de vinte pessoas, amigos e familiares da vítima, levaram cartazes com mensagens pedindo a prisão e condenação do suspeito. Um protesto já havia sido realizado na segunda-feira (30) no cruzamento das avenidas Frei Serafim e Miguel Rosa.
Os manifestantes exigem que a justiça decrete a prisão preventiva do enfermeiro suspeito de ser o autor do crime. A delegada Vilma Alves, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) pediu que a Justiça decreta a prisão preventiva do suspeito.
Laerte Paixão, organizador do protesto, disse ao G1 que teme que a Justiça demore para chegar à condenação do suspeito.
“Sabemos que a delegada Vilma pediu a prisão dele no dia 27. Hoje é dia 3, e até agora ele não foi preso. Se a investigação policial já demorou mais de um mês, e a prisão preventiva está demorando tanto, imaginamos quanto vai demorar o julgamento!”, disse Laerte.
O organizador disse que caso o suspeito não seja preso, novos protestos devem ser mobilizados.
“O que a gente quer é que a justiça seja cumprida. É um criminoso que está em liberdade, por um crime hediondo. Enquanto for preciso, nós vamos questionar”, disse.
Ainda segundo Laerte, a vítima têm passado por tratamento psicológico para tentar superar o trauma. “Enquanto ele não for preso, ela não vai conseguir se recuperar. Sei que o que ele fez não tem reparação, mas a justiça poderia ser um alento”.
A delegada Vilma Alves confirmou o recebimento do laudo de sanidade mental entregue pelo advogado do suspeito. Mesmo assim, o pedido de prisão foi feito. “Nós o interrogamos e ele permaneceu calado. Depois, nós pedimos a prisão. Não é mais conosco, e sim com o Judiciário”, disse.
Entenda o caso
Uma mulher foi estuprada dentro de um hospital particular, em Teresina, no mês de outubro. A vítima iria passar a noite com o sogro, de 85 anos, quando foi dopada e a violência aconteceu.
De acordo com a polícia, o suspeito teria dado uma medicação para ela, dizendo ser "para relaxar". Mas a vítima ficou desacordada.
Quando recuperou a consciência, a vítima sentiu dor nas partes íntimas e suspeitou que havia sido violentada. A mulher procurou o Instituto de Medicina Legal (IML) para fazer o exame de corpo de delito, que confirmou o estupro. Em seguida, a vítima procurou a delegacia.
Após tomar conhecimento do caso, a administração do Hospital São Marcos, onde o crime ocorreu, comunicou que o enfermeiro foi afastado de suas funções.
Crime premeditado
O marido da vítima, que preferiu não se identificar, disse, em entrevista à TV Clube, que acredita que o crime foi premeditado. Para ele, o enfermeiro agiu para garantir que ficaria sozinho com a vítima no quarto onde o sogro dela estava internado.
“Minha esposa não ia passar a noite lá. Já tínhamos contratado uma pessoa para acompanhar meu pai nesta noite, que era a noite que ele estaria de plantão no hospital. Imediatamente quando soube disso, ele entrou em contato com minha esposa fazendo medo, terrorismo, dizendo que a pessoa que estava lá não era capacitada", relatou.
Após afastar a pessoa que havia sido contratada pela família para passar a noite com o paciente, o enfermeiro, segundo o marido da vítima, teria dito para a enfermeira responsável por administrar medicamentos não entrar no quarto durante a noite.
"Ele foi no centro de enfermagem, encostou na enfermeira, na técnica lá, e disse assim: olha, o velhinho não gosta de ser incomodado. Me dê todos os medicamentos, soros que têm que ser aplicado durante a noite que vou aplicar. Não precisa você ir. E nisso a enfermeira levou os medicamentos, os soros, deixou lá, conforme ele planejou”, afirmou.