A Covid-19 matou 47 policiais militares do Piauí do início da pandemia até agora. Nesta quarta-feira, 23, o comandante-geral coronel Lindomar Castilho, e o subcomandante, coronel Sousa Filho, visitaram familiares dos PMs mortos e entregaram uma placa em agradecimento pelos serviços prestados dentro da instituição que completa 186 anos no próximo dia 25. Informações Cidadeverde.com
"Fiquei muito feliz, me senti honrada por receber vocês todos na minha casa, fazendo essa homenagem ao meu filho, porque ele merece”, declarou, emocionada, Maria de Lourdes Alves da Silva, mãe do sargento Alberto Alves da Silva. Ele faleceu no dia 08 abril deste ano por complicações da Covid-19.
As famílias demonstraram gratidão pela homenagem. “Nós queremos agradecer por fazerem essa homenagem a todos, porque só quem perdeu um ente querido, só quem está vivendo este momento com um sequelado pela Covid-19 sabe a dificuldade que a gente passa. Essa homenagem é muito merecida, inclusive pelo trabalho que vocês fazem”, disse Rosélia Alves da Silva, irmã do sargento Alberto Alves da Silva. A mãe do PM rememorou os hábitos do filho. “O Alberto era um bom rapaz. Ele era preocupado com todos, quando chegava, pedia para usarem máscara, botar álcool nas mãos e, de repente, se foi”, lamentou a mãe.
Durante as homenagens, familiares relataram também a paixão que os PMs tinham pela profissão. “Era apaixonado pela profissão dele”, disse Vera Lucia Lopes, viúva do sargento Marlon Alves de Sousa.
Além da placa de homenagem, as famílias receberam uma revista da PM que menciona o ente querido. Por meio do Centro de Assistência Integral à Saúde (CAIS), familiares dos PMs mortos têm apoio psicológico e psiquiátrico. Ao todo foram visitadas 24 famílias na Capital e no interior.
“Estamos visitando as famílias dos policiais militares que, infelizmente, tombaram em razão da covid-19. É uma maneira de homenagear a cada um e demonstrar a importância deles nessa história de 186 anos que ajudaram a construir”, externou o coronel Lindomar Castilho.
O padre Carlos Sales, capelão da PMPI, acompanhou as visitas, conduzindo o momento de oração. O religioso disse que, apesar de encontrar dor e saudade, encontrou, sobretudo, a fé nas famílias enlutadas.
“Fé e esperança: isso deixa o capelão bastante feliz. É um momento muito tocante, emocionante e os familiares se sensibilizaram com esta homenagem. Sentem-se tristes, saudosos, mas, ao mesmo tempo, isso é elevado e relevado na fé e na esperança dessas pessoas. Esse ano foi um momento de muita dor também pra nós da corporação, mas como é bom encarar tudo isso no aspecto da fé no Deus da vida. Essa é a minha palavra para essas pessoas e para todos os meus irmãos da Polícia Militar: não percam a fé e a esperança, porque elas nos movem e nos seguir a diante” enfatizou o padre.