A professora Luzaneide Carvalho viajou mais de 2.800 km para
encontrar o tratamento do filho, o Pedrinho. Ela saiu de Simões, no interior do
Piauí, com destino ao maior hospital pediátrico do Brasil, o Pequeno Príncipe,
em Curitiba/PR. Informações Banda B
Pedrinho, hoje com quase 2 anos, foi diagnosticado aos três
meses de vida com Mucopolissacaridose, doença degenerativa, causada pela
formação irregular de enzimas, que só pode ser curada com transplante de medula
óssea.
Luzaneide e os filhos João Guilherme (ao centro) e Pedrinho (à direita). Arquivo Pessoal
Depois do diagnóstico, a Luzaneide começou a pesquisar quais
seriam as alternativas do filho e encontrou o Hospital Pequeno Príncipe, que
além de atender os casos de leucemia também realiza transplantes para o
tratamento de doenças raras.
O acolhimento de crianças de pouca idade e com doenças raras
é uma das especificidades que fizeram com o Pequeno Príncipe recebesse
pacientes de todo o país. Mais de 60% deles são de fora de Curitiba, como é o
caso do Pedrinho.
A criança chegou ao hospital em fevereiro do ano passado, com
apenas oito meses. Menos de um mês depois, ele passou pelo transplante. A
medula veio de um cordão umbilical de um doador dos Estados Unidos, 100%
compatível.
Campanha
Depois de seis meses da cirurgia, eles retornaram ao Piauí e,
agora, por dois anos, precisam se deslocar até Curitiba uma vez por mês para
acompanhamento e exames de rotina.
“A distância é imensa, a gente chega aqui cansado. A gente
vem de avião da capital do Piauí, que é Teresina até Curitiba. E da nossa
cidade até a capital Teresina são seis horas de carro. Então, são seis horas de
carro e mais três horas de avião até chegar em Curitiba”, descreveu.
As passagens aéreas são pagas pela Justiça do Piauí, que
também deveria arcar com uma ajuda de custo, o que nunca aconteceu. Como
alternativa, a família faz rifas e vaquinhas.
Divulgação
Pandemia trouxe desafios no atendimento
De acordo com o médico pediatra e infectologista Victor
Horácio, vice-diretor técnico do Hospital Pequeno Príncipe, os desafios criados
pela pandemia de Covid-19 não impediram que tratamentos como o do Pedrinho
fossem realizados.
“Nós garantimos para as crianças, desde que a situação
epidemiológica permitisse, o atendimento para sua doença. Até porque, no
hospital, nós tivemos fluxo diferenciado para criança que é um paciente com
Covid ou suspeito e aquela que a gente sabe que não está contaminada. Nas
cirurgias, por exemplo, os testes são feitos para que exista comprovação de que
o paciente não está contaminado”, explicou.
A mãe do menino, a Luzaneide,
encontrou forças no amor para buscar o melhor para o filho e se deparou com profissionais
que dividiram o mesmo sonho: a cura.