O Instituto Chico Mendes de Conservação da
Biodiversidade (ICMBio) e a Universidade Federal do Delta do Parnaíba (UFDPar)
estão monitoramento a presença de peixes-leão no Litoral do Piauí. Dois animais
foram capturados em março na Praia de Barra Grande, em Cajueiro da Praia, mas
apenas um deles foi entregue para os pesquisadores. Informações G1 Piauí
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Peixe-leão é venenoso — Foto: Fábio Borges/Acervo pessoal |
Para a professora Edna Cunha, coordenadora da
pesquisa pela UFDPar, a presença do peixe-leão representa uma grande ameaça
para a vida marinha e representa riscos à nossa saúde. A espécie venenosa não é
natural do Brasil, mas há ocorrências de aparição na costa do Pará, Fernando de
Noronha (PE), e no Ceará, o que tem deixado especialistas em alerta.
"Normalmente a introdução dessa espécie se
deve ao descarte pelos aquaristas. A gente não tem como precisar essa
introdução, a ocorrência no Piauí . É importante pesquisas de monitoramento e
ações direcionadas para diminuir esses animais", explicou.
Para acompanhar o surgimento dos animais no país, o
Instituto de Ciências do Mar (Labomar), da Universidade Federal do Ceará, com
apoio da UFDPar, desenvolveu o aplicativo "Monitoramento Participativo do
Peixe-Leão", que está disponível para IOS e Android. O ICMBio e a UFDPar
também disponibilizaram canais para comunicar a presença do peixe-leão no
litoral piauiense.
A orientação é que em casos de captura dos animais,
pescadores e mergulhadores devem entrar em contato com autoridades e não
devolvê-los ao mar. Geralmente, os peixes da espécie não ficam em terrenos
arenosos, como a areia da praia, pois preferem superfícies duras e rochosas,
como os corais.
Desde janeiro de 2022, o peixe-leão tem aparecido em
praias brasileiras. Os primeiros casos foram detectados por pesquisadores do
arquipélago de Fernando de Noronha, no Pernambuco. Em abril, outros peixes-leão
foram encontrados no mar do Ceará.
Peixe-leão no Piauí
O primeiro peixe-leão capturado no Piauí trata-se de uma
fêmea adulta. Através dela, a professora Edna Cunha identificou qual das duas
espécies do animal está presente no Piauí.
O segundo peixe-leão, desta vez filhote, foi encontrado
por um mergulhador também na Praia de Barra Grande, em Cajueiro da Praia. No
entanto, o animal não foi entregue para o ICMbio ou UFDPAR, como orienta os
pesquisadores.
Ao
g1, o ICMBio revelou que outros cinco peixes-leão foram capturados por
pescadores na última semana no litoral piauiense e serão encaminhados para
pesquisa na UFDPar. Eles foram encontrados próximos aos corais e medem de 10 a
12 centímetros, por isso são considerados jovens.
"Os
pescadores estão informando os locais que os animais estão sendo capturados.
Eles contaram que o aparecimento dessa espécie vem diminuindo a presença de
outros peixes, camarões e outros crustáceos na região, provavelmente estão
servindo de alimentos para os peixes-leão. Infelizmente eles não têm predador
natural no mar e se reproduzem muito rápido", informou Maryna Reis, da
ICMBio.
Orientações
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Um peixe-leão em Bonaire — Foto: Getty Images/BBC |
Equipes
da ICMBio e os pesquisadores da UFDPar estiveram na sexta-feira (29) em
Bitupitá (CE), onde um pescador foi hospitalizado após pisar em um peixe-leão.
Eles participaram de uma reunião com orientações sobre a espécie.
Nesta
quarta-feira, 4, a Instituto irão promover uma reunião com a população e
pescadores para levar as informações sobre o animal e a melhor maneira de
manusear a espécie.
"A orientação é que mantenha congelado.
Não aconselhamos os banhistas a tentar capturar o animal, mas apenas indicar o
local que ele foi visto. Pessoas experientes com os pescadores e mergulhadores
são as mais indicadas para o manuseio com o peixe", explicou Maryna Reis.