A enfermeira Isabelle
Cristina Simplício Brandão, 28, ganhou liberdade após habeas corpus
impetrado pela defesa contra a prisão preventiva. Ela foi presa, em fevereiro
deste ano, acusada de um duplo homicídio e uma tentativa de homicídio. Os
mortos teriam ligação com agiotagem. Na audiência de instrução, a mulher
declarou que foi vítima de uma emboscada que teria sido armada pelo
sobrevivente, o intermediador com quem contraiu o empréstimo.
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Isabelle foi presa, em fevereiro deste ano, acusada de um duplo homicídio e uma tentativa de homicídio. Os mortos teriam ligação com agiotagem |
A ligação entre Isabelle e
o trio tem início após ela pedir emprestado R$ 12 mil e penhorar um carro. Deoclécio Rodrigues Silva de Souza, 37,
e José de Maria Vieira Lira, 57, foram mortos dentro de uma hilux. Já
Pedro Jorge do Nascimento Freitas, conhecido como "Pedro Caroço",
levou um tiro de raspão no rosto e sobreviveu. Em depoimento, Isabele declarou
que acredita ter caído em uma emboscada.
"Ela
tomou empréstimo sem conhecer a pessoa do Deoclécio. O intermediário foi o
Pedro Jorge. Desde o empréstimo que a vida de Isabele transformou-se em um
inferno. Chegaram até ao absurdo de dizer que a mãe dela, que é policial penal,
teria participação em todo o episódio, e disseram que Isabele havia matado
aquelas pesssoas com arma de fogo e feito uma emboscada em seu carro", diz
a defesa.
"Primeiro, Isabele
nunca teve nenhum veículo. Aquele carro era do senhor [Deoclécio] que veio a
óbito por sete facadas, conforme informou a perícia. Ele estava dirigindo;
Isabele estava no banco traseiro sob comando de três homens. Ela com uma
estatura aproximada de 1,55 metro é que foi levada para a cena do crime pelas
três pessoas e que, obviamente, o motorista [Deoclécio], tido como agiota, não sabia
a trama, segundo a Isabele Brandão falou com detalhes na instrução e
julgamento. Na audiência, ela disse também que ele não sabia a trama que estava
lhe esperando pelo próprio comparsa, pelo seu agenciador de empréstimos [Pedro
Jorge] que tinha diversas entradas na penintenciária de Parnaíba. Tudo isso
foram declarações dadas por Isabele à Justiça", completa Teles.
Informações preliminares
indicavam que a enfermeira teria matado Deoclécio e José a tiros e ferido o
terceiro. Contudo, a defesa diz que Deoclécio [que estava no banco do motorista
e era o dono da hilux] foi assassinado a facadas. O advogado critica o fato da
juíza, da 1ª vara criminal de Parnaíba, Maria do Perpétuo Socorro Ivani de
Vasconcelos, não ter atendido o pedido
da defesa para ouvir os peritos sobre a dinâmica do crime.
"Os autos não têm
indícios claros de que Isabele tem culpa nesse episódio. Isabele foi levada
para uma emboscada. Quem buscou Isabele na sua residência foram os três dentro
dessa hilux. Isabele vinha sendo pressionada constantemente a pegar carro para
pagar juros, vivia numa imensa pressão dessas pessoas. Inclusive, um dia antes
do episódio, esses três foram presos com dinheiro sem justificar a origem.
Pagaram fiança e foram postos em liberdade", narra o advogado.
SOLTURA
Com a soltura, a
enfermeira deve responder em liberdade até o julgamento. Entre os argumentos
utilizados pela defesa está o fato dela ser mãe de uma criança menor de 12
anos, ter profissão e ser ré primária.
"A Suprema Corte, o
Supremo Tribunal Federal, já decidiu pacificamente e outros tribunais seguem
essa jurisprudência vnculante de que mãe ou pai de criança de menos de 12 anos
de idade não pode estar em prisão cautelar, preventiva, se não cometeu violência
contra ascendente. O fato, e que ainda hoje intriga, é que esse processo é
tenebroso. A população merece uma resposta plausível, porque inocente estava na
cadeia e culpados soltos. Compete ao estado, à polícia, ao MP, ao Judiciário
dar essas respostas", finaliza Jacinto Teles.
O
alvará de soltura foi expedida nesta quinta-feira, 1°. Informações Cidadeverde.com