Teresina tem dois casos
suspeitos de febre maculosa em investigação. A informação consta no boletim
epidemiológico divulgado na tarde desta segunda-feira, 19, pela Fundação
Municipal de Saúde (FMS).
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Os casos suspeitos foram notificados em Teresina porque as pacientes receberam atendimento em um hospital da capital/Foto: Pixabay |
De acordo o médico
Walfrido Salmito, que faz parte do Centro de Informações Estratégicas em
Vigilância em Saúde da FMS, os casos investigados são em duas pacientes do
município de Caxias, no Maranhão, que receberam atendimento no Instituto de
Doenças Tropicais Natan Portela, em Teresina. As amostras foram colhidas nesta
segunda-feira e enviadas para o Lacen. O resultado deve sair nos próximos dias.
Ainda de acordo com
Walfrido Salmito, as duas pacientes são jovens e residem na zona urbana do
município maranhense. Elas apresentaram sintomas como febre, dor no corpo e
manchas na pele. Apesar do sintomas, as pacientes não ficaram internados
"São sintomas que se assemelham também aos de outras doenças, por isso
estamos investigando", destacou o médico.
Os casos suspeitos foram
notificados em Teresina porque as pacientes receberam atendimento em um
hospital da capital.
O boletim ainda aponta que
outros oito casos suspeitos de febre maculosa já foram descartados em Teresina.
A Diretoria de Vigilância
em Saúde e a Gerência de Epidemiologia da FMS também divulgaram uma nota
informativa sobre febre maculosa, doença transmitida por carrapatos e que pode
levar à morte.
O documento destaca que a
doença é de notificação compulsória imediata, ou seja, todo evento suspeito
deve ser comunicado em até 24 horas após a suspeita inicial. A notificação deve
ser registrada no Sistema de Informação e Agravos de Notificação do Ministério
da Saúde.
A nota também traz
informações sobre os aspectos clínicos da doença e o diagnostico.
O QUE É FEBRE MACULOSA?
Doença infecciosa febril
aguda transmitida por carrapatos infectados pela bactéria Rickettsia
rickettsii, presente principalmente no carrapato-estrela. Os carrapatos que
transmitem a Rickettsia são chamados de Amblyomma cajennense e são encontrados
em todo o território nacional. Para que haja a transmissão, o carrapato precisa
ficar fixado à pele por pelo menos quatro horas. Não há transmissão de pessoa
para pessoa.
Segundo o Ministério da
Saúde, no Brasil, duas espécies da Rickettsia estão associadas a quadros de
febre maculosa: rickettsii, considerada a doença grave, registrada no norte do
estado do Paraná e nos estados da Região Sudeste; e a parkeri, que tem sido
registrada em ambientes de Mata Atlântica (Rio Grande do Sul, Santa Catarina,
Bahia e Ceará), ligada a quadros clínicos menos graves.
QUAIS OS SINTOMAS?
Os sintomas são, de
início, súbitos: febre alta, dor no corpo, na cabeça, prostração, perda do
apetite, náuseas, vômitos e aparecimento de manchas avermelhadas principalmente
nas mãos e nos pés, do segundo ao quinto dia, que podem evoluir para petéquias
(pequenos pontos avermelhados na pele que lembram picada de mosquito) e
equimose (manchas roxas). A doença tem formas leves e graves, incluindo a
hemorrágica, com evolução para morte. A taxa de letalidade pode ser superior a
50%.
TRATAMENTO
São administrados
antibióticos ?Tetraciclina e cloranfenicol? que evitam a proliferação de
bactérias, contendo o agravamento da doença. A uso da medicação já deve ser
feito mesmo antes da confirmação do resultado.
EM QUANTO TEMPO O QUADRO
DO PACIENTE EVOLUI PARA A MORTE?
O
indivíduo pode evoluir para morte entre o 5º e o 15º dia após o início dos
sintomas. Dependerá da agilidade no diagnóstico e início do tratamento. A febre
maculosa é de difícil diagnóstico por apresentar sintomas inespecíficos e que
se confundem com outras doenças, como leptospirose, zika, dengue e meningite,
entre outras.