As
agressões sofridas por um rapaz, por possível motivação homofóbica, causaram
uma fratura e estiramento de tendão no braço. Assim, o caso passou a ser
investigado como crime de lesão corporal grave. O caso ocorreu na sexta-feira, 29, em um bar em Parnaíba, Litoral do Piauí.
Segundo
o delegado Aislan Magalhães, a agressão causou uma fratura e um estiramento de
tendão em um dos cotovelos da vítima, que terá que se ausentar do trabalho por
mais de 30 dias.
"A
priori, a gente tratava de uma lesão corporal leve, mas um exame de raio-x,
mostrou uma fratura e estiramento. Isso pode caracterizar a lesão corporal de
natureza grave", explicou o delegado.
Ainda
segundo Ayslan, o estudante investigado registrou um boletim de ocorrência
contra o casal, afirmando que ele teria sido agredido.
"Ele
registrou o B.O. querendo imputar a lesão à vitima, mas foram analisadas as
imagens e nesse momento não existe a hipótese de que uma das vítimas tenha
praticado qualquer tipo de violencia contra esse agressor", disse o
delegado Ayslan. (Veja vídeo abaixo)
O
estudante prestou depoimento e confessou que cometeu a agressão, mas negou as
ofensas homofóbicas. Mas segundo o delegado, testemunhas confirmaram as
agressões verbais.
O
estudante e uma das vítimas são alunos da mesma faculdade. A instituição
divulgou uma nota em que repudia a atitude (leia a nota no fim da reportagem).
Agressões
físicas, verbais e atos obscenos
A
Polícia Civil investiga um estudante de medicina, de 32 anos, pelos crimes de
injúria homofóbica e lesão corporal contra um casal homoafetivo. O casal estava
em um bar, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, quando houve um desentendimento
com o estudante.
"Uma
das vítimas e testemunhas contaram que o estudante de medicina praticou atos
obscenos diante do casal, simulando se masturbar, e falando termos pejorativos
contra o casal", contou o delegado Ayslan.
Após
xingamentos contra o casal, o estudante de medicina foi até a área externa do
bar e agrediu uma das vítimas por trás, com um soco. O rapaz caiu no chão e
ficou desacordado, sofreu lesões nas pernas e no braço, e a fratura no
cotovelo.
O
agressor, as vítimas e seis testemunhas foram ouvidas até o momento na 1ª
Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher e aos Grupos Vulneráveis, em
Parnaíba.
O
crime de injúria homofóbica tem pena de reclusão de 2 a 5 anos. O Supremo
Tribunal Federal reconheceu que atos ofensivos praticados contra pessoas da
comunidade LGBTQIAPN+ podem ser enquadrados como injúria racial, portanto,
crime inafiançável e imprescritível.
Leia
abaixo a nota de repúdio da faculdade onde o suspeito e a vítima estudam:
NOTA
DE REPÚDIO
A
Turma 13 de Medicina da IESVAP, vem a público expressar indignação diante dos
casos de violação de direitos, discriminação e violências ocorridos nesta
sexta-feira 29 de setembro, e expressar formalmente o nosso sentimento de pesar
e inconformação pelas atitudes homofóbicas sofridas por colega, de autoria
direta de um discente desta mesma IES.
A
orientação sexual é algo inerente ao ser humano em sua diversidade. Não cabe
nesta IES e na profissão Médica, de forma alguma, qualquer forma de exclusão ou
preconceito. Humilhações, ameaças e intimidações não devem ser toleradas, e a
violência por agressão física é inquestionavelmente covarde, repudiamos e
estamos enojados com o acontecimento no nosso meio.
Como
futuros médicos devemos perfeitamente prestar excelência no respeito e no
cuidado às pessoas, e não provocar ou sermos autores de atos contrários. Os
direitos são para todos, precisamos defender o direito do outro.
"Nós,
futuros médicos, temos o compromisso de evitar o sofrimento 2022 humano, e não
de provocá-lo"
Turma
13 Medicina IESVAP, e todos seus familiares repudia toda e qualquer forma de
discriminação ou falta de respeito, seja qual motivação.
Informamos que as medidas cabíveis já estão
sendo tomadas pelas vítimas e pelos órgãos competentes.