O Piauí teve o maior crescimento de pontos vulneráveis para exploração sexual de menores de idade no país. Em 2023, exatos 2.496 ambientes foram identificados à beira de rodovias federais que cortam o Estado, uma alta de quase 500% em relação ao ano anterior. Os dados fazem parte da cartilha Mapear, divulgada pela Polícia Rodoviária Federal, em parceria com a organização internacional Childhood Brasil.
Os pontos de maiores riscos de exploração sexual de crianças e adolescentes estão em postos de combustíveis/Reprodução
O número de ambientes de risco para crianças e adolescentes no Piauí foi tão expressivo, nessa nova edição do projeto, que ele só fica atrás no Brasil para o de Minas Gerais, que somou 3.581 pontos. Ainda no estudo, a cidade de Parnaíba, no litoral piauiense, aparece no top 3 com mais pontos detectados: 277 no total. O município ficou atrás apenas de dois outros, também, de Minas Gerais, Teófilo Otoni (412 pontos) e Betim (338 pontos).
Na média, é como se crianças e adolescentes correrem risco de exploração sexual a cada 1,5 km de BR que passa pelo Piauí. Os pontos de maiores riscos estão em postos de combustível. Ao todo, segundo o projeto Mapear, foram identificados 17.687 focos de vulnerabilidade em rodovias por todo o país, no ano passado. O dado é quase duas vezes maior que o registrado na última pesquisa, em 2021, quando existiam 9653 pontos, um aumento de 83,2%.
Do total registrado em 2023, 4,6% apresentam estado crítico e 14,5% tem risco alto. Esses dois níveis são usados para as ações de fiscalização, segundo a PRF. Já os pontos de risco médio, com 29%, e os de risco baixo, quase 51%, são considerados focos de atenção e monitoramento. A cartilha analisou 109 rodovias e 36 mil pontos. Entre as estradas, o trecho total da BR 343 é a mais vulnerável com 923 pontos, ficando em quarto no ranking nacional.
Veja o ranking das rodovias, segundo a PRF:
As estatísticas incluem, entre outros locais, estabelecimentos comerciais, hotéis, motéis e postos de combustíveis às margens das rodovias federais. A cartilha do Projeto Mapear divulgada hoje reúne quatro níveis de risco: baixo, médio, alto e crítico. Entre as causas para o aumento dos índices em comparação ao biênio anterior estão o desenvolvimento de uma nova versão do aplicativo de mapeamento, a implementação de novas metodologias para reunir as estatísticas e o foco da PRF para intensificar o trabalho de identificação dos pontos que podem representar riscos para crianças e adolescentes.
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Fernando Oliveira, diretor-geral da PRF, destacou a Polícia Rodoviária Federal como defensora intransigente dos Direitos Humanos. Além disso, posicionou o Projeto Mapear como um marco: “É o uso da inovação a favor da proteção de pessoas vulnerabilizadas que estão nas rodovias. Esperamos, em breve, que essa ferramenta possa ser compartilhada com outras forças de segurança, e assim ampliar a rede de proteção para áreas urbanas, e não mais restrita às rodovias federais”. Informações Conecta Piauí