terça-feira, 13 de setembro de 2022

Mãe de menina grávida pela 2ª vez após estupro diz que filha era abusada por tio e vai pedir DNA

A mãe da menina de 11 anos que ficou grávida pela segunda vez após ser estuprada esteve na sede da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) na manhã desta terça-feira (13). Ela denuncia que um tio da criança seria o autor dos abusos, que seriam cometidos desde que a vítima tinha oito anos. 

A dona de casa, de 29 anos, suspeita que o homem também foi o autor do estupro que resultou na primeira gestação da filha e disse que vai pedir um exame de DNA. 

A mãe da criança grávida conversou com o Cidadeverde.com e informou que a filha frequentava a casa da avó paterna e dormia no mesmo cômodo que o tio suspeito, de aproximadamente 30 anos.

“Eu fiquei sabendo que o tio violentava ela desde os oito anos de idade dentro da casa da mãe dele [do pai], na frente dele, na frente da irmã dele e eles não fizeram nada”, lamentou a mãe. 

A mãe defende ainda que a criança vá para um abrigo e não fique aos cuidados do pai. Ela diz ser contra a interrupção da gravidez e defende que, como na primeira gestação, a menina tenha o filho. 

“Não aceitei ela abortar porque eu sei que aborto é crime. Ela disse pra mim que não queria abortar de jeito nenhum. Já para as conselheiras falou outra coisa. Hoje de manhã já fiquei sabendo que o pai dela consentiu o aborto da criança”, criticou a mãe. 

O caso da garota se enquadra em um dos três no Brasil onde o aborto é considerado legal. São eles: gravidez de risco à vida da gestante, gravidez resultante de violência sexual e anencefalia fetal

A dona de casa disse ainda que o sentimento ao descobrir a segunda gravidez da filha foi de revolta. Apesar disso, ela diz que já desconfiava da gestação, devido ao comportamento da menina nas últimas semanas.

“Em junho cheguei a fazer um teste de gravidez de farmácia porque desconfiava do comportamento dela. Só que naquela época o teste deu negativo”, acrescentou Ana Caroline.

A delegada Lucivânia Vidal, titular da DPCA, disse que após o primeiro estupro, em 2021, a criança continuou em uma situação de vulnerabilidade.

"Existem acusados. Ela falou. Vou ouvir familiares, vizinhos, todos mundo que tinha o contato com ela para ver realmente que são os acusados para eu chegar realmente a autoria do estupro”, frisou a delegada.

Ainda de acordo com a delegada, os acusados são pessoas do convívio da criança e não somente da família.

O caso

A segunda gestação da menina de 11 anos foi confirmada na última sexta-feira, após exames realizados no Serviço de Atendimento às Mulheres Vítimas de Violência (Samvis), da Maternidade Dona Evangelina Rosa.

A criança, que está com três meses de gestação, precisou deixar o abrigo onde estava vivendo nos últimos meses e retornou para os cuidados do pai.



Na tarde de ontem, a juíza da 2ª Vara da Infância e Juventude, Maria Luiza de Moura Mello, após reunião com as conselheiras tutelares da zona Sudeste de Teresina, autorizou que a criança seja encaminhada para um novo abrigo, com as condições adequadas para recebê-la.

1ª gestação

A menina tinha 10 anos quando engravidou após ser estuprada, em janeiro de 2021.

Ela prosseguiu com a gestação e deu à luz em setembro do mesmo ano. A mãe não autorizou o aborto da filha e disse que o médico afirmara que a menina apontara risco de morte no procedimento.

A lei brasileira permite o aborto nos casos de estupro e risco de morte para a gestante, e uma decisão da Justiça estendeu o aval para casos de anencefalia do feto. Informações Cidadeverde.com 

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