Uma operação conjunta das forças policiais do Piauí, Paraná e Mato Grosso desvendou um esquema de grilagem de terras ligado à Fazenda Mundo Novo, situada entre os municípios piauienses de Manoel Emídio e Alvorada do Gurguéia. Durante a ação, realizada entre quarta-feira, 21, e sexta-feira, 23, o gerente e o proprietário do imóvel foram presos.
Gerente e dono da Fazenda Mundo Novo são presos por grilagem e desmatamento ilegal no Piauí/Reprodução
A investigação teve início em 2024, a partir da prisão de dois trabalhadores, após denúncia recebida pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR) sobre a prática de crimes ambientais e de grilagem na região.
Em depoimento, os dois trabalhadores afirmaram que haviam sido contratados pelo gerente da fazenda para realizar o desmatamento, mas negaram ter conhecimento de que estavam atuando em terras públicas, explicou o delegado Willame Moraes, responsável pela investigação.
A polícia divulgou apenas as iniciais do gerente e proprietário da Fazenda Mundo Novo: J.M.D. e R.M. O primeiro foi preso por porte ilegal de armas, durante uma outra operação no ano de 2023.
Uma auditoria do Instituto de Terras do Piauí (INTERPI) confirmou que 1.432 hectares de terras públicas estavam sendo desmatados ilegalmente, sendo 333 hectares de Mata Atlântica, área de preservação permanente.
Recebemos diversas denúncias sobre o caso. Além da grilagem, há indícios de prática de crimes como ameaça, porte ilegal de armas e incêndio criminoso. O esquema envolve a falsificação de documentos, mediante corrupção de servidores públicos, para regularizar as terras e revendê-las com altos lucros. Mas essas terras pertencem ao estado, ressaltou o delegado.
Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa, desmatamento ilegal de floresta, invasão de terras públicas (grilagem), destruição e danificação de floresta protegida e Mata Atlântica. Os presos foram encaminhados para prestar depoimento e permanecem à disposição do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí para os procedimentos legais cabíveis. Meionews
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