Com informações do cidadeverde.com
A Polícia Civil do Piauí inicia nesta segunda-feira (20) uma
paralisação de 72 horas. A categoria alega o descumprimento do acordo feito com
o governo do Estado no ano passado em vários pontos, dentre eles o reajuste
salarial no triênio 2016 a 2018. Por conta da paralisação, crimes como ameaça,
injúria, calúnia, tráfico de drogas e lesão corporal não serão investigados. A
Central de Flagrantes de Teresina será um dos locais mais atingidos com o
movimento.
"Na Central vai funcionar apenas para aqueles flagrantes
de roubo, homicídio, latrocínio, furto e crimes contra idosos, criança e
adolescentes. Outros crimes não serão aceitos e nem a parte das investigações e
oitivas", afirma Constantino Junior, presidente do Sindicato dos Policiais
Civis do Piauí.
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Constantino Junior, presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Piauí |
Nas delegacias, segundo Constantino Junior, Boletins de
Ocorrências poderão ser feitos. " Nas delegacias poderá ser feito o
registro do BO, mas não se dará início a investigação", explica.
Os policiais querem ainda do governo, a proposta de
normatização, em lei, das gratificações no âmbito da Polícia Civil e o
tratamento isonômico aos cargos da polícia técnico-científica e, ainda, a
discussão sobre a relação entre o maior e o menor salário da carreira da
Polícia Civil, como o de delegado.
"Queremos que o governo assuma o compromisso que
assinaram conosco no dissídio coletivo no ano passado. Se atender ao pleito
apenas dos delegados vamos ter uma guerra dentro da polícia", afirma
Constantino.
Caso não haja negociação no decorrer da paralisação, a
categoria não descarta uma greve por tempo indeterminado. "Se não tiver
diálogo, vamos fazer uma assembleia e decidir ou não por uma greve por tempo
indeterminado. Isso é um problema no país todo. Não somos contra o delegado ter
um bom salário, mas queremos isonomia", concluiu.
A paralisação foi decidida em assembleia no dia 14 de junho.
No sábado, a Secretaria de Administração informou que, por
conta de o Estado ter atingindo o limite prudencial da Lei de Responsabilidade
Fiscal (LRF), novos reajustes salariais não poderiam ser concedidos. No
entanto, ressaltou que o diálogo com as categorias está aberto.