Editado por ParnaibapontoCom |
Segundo ela, há cerca de cinco anos trabalha no pronto
socorro e nunca passou por situação parecida. Informa ainda que sempre
trabalhou com ética e respeito aos pacientes e colegas de trabalho. A médica
relata que por conta da falta de energia elétrica que atingiu boa parte de
Parnaíba na noite de segunda-feira, inclusive o bairro da unidade de saúde,
algumas fichas de atendimento acumularam.
“Jamais me recusei a atender uma pessoa sequer na minha
vida. Aconteceu apenas de ter faltado luz e fichas terem se acumulado. Quando
eu e o outro médico voltamos, já encerrado o meu horário, ele não quis atender
as fichas que na divisão eram pra ser minhas pelo horário. Trabalho ali há
muito tempo e ele há quatro meses, mas já causou problemas com várias pessoas
por coisinhas pequenas assim”, disse a Dra. Emanuelle Lima.
A médica informou ainda que sempre trabalha em parceria com
os colegas e que não esperava a atitude do outro profissional de plantão em não
ajudá-la. Emanuelle Lima foi procurada pelo MeioNorte.com ainda na noite do
fato, mas servidores do pronto socorro informaram que ela estava no repouso. A
profissional não foi encontrada pela reportagem nessa terça-feira.
O outro médico do plantão, identificado como Júlio César,
não foi encontrado para comentar o caso.
NOTA DE ESCLARECIMENTOS DA MÉDICA:
“Olá, gente. Bom dia. Sou Emanuelle, médica e trabalho no
PSM há quase 5 anos. Como vocês sabem, ontem tivemos um contratempo no local e
eu gostaria que ficasse definitivamente esclarecido, uma vez que sempre
trabalhei com muita responsabilidade, competência e dignidade, e quem conhece
meu trabalho sabe o respeito que tenho à minha profissão, às pessoas com quem
trabalho e aos meus pacientes. Há cerca de 4 meses contrataram um novo médico
e, de modo informal, combinamos entre nós atendermos juntos no horário de 19 às
23horas, horário de pico no plantão noturno e que, depois disso, nós
alternaríamos o atendimento noite adentro. O que não impediria que um dos dois,
se desejasse, se retirasse um pouco mais cedo caso desejasse ir lanchar ou
qualquer outra necessidade, uma vez que o PS estivesse tranquilo em termos de
quantidade de pacientes. Todas as vezes que o dr. precisou se ausentar do
consultório ANTES do horário, eu assumia a frente sozinha e atendia todos os
pacientes, meus ou dele. Não vejo o menor problema nisso. Acho que temos que
trabalhar em conjunto e nos ajudar sempre. É assim que as coisas funcionam onde
trabalho, inclusive no próprio PS, onde já dividi muitos plantões com muitos
colegas ao longo de todo esse tempo e NUNCA tivemos quaisquer problemas, pelo
contrário, só soluções. Parcerias servem pra solucionar e não pra nós trazer
problemas. Mas voltando ao caso, nesse exato plantão faltou luz depois das 22h.
Aguardei um pouco no consultório e o gerador não resolveu o problema. Resolvi
ir ao repouso guardar minhas coisas pois não havia nenhum paciente no banco
aguardando atendimento e inclusive o próprio médico já tinha deixado o
consultório ao lado. A energia voltou. Vi que ele ainda iria lanchar e eu fiz o
mesmo. Já eram quase 23 horas quando ele resolveu voltar pro consultório e
quando ele lá chegou, achou que eu também deveria voltar e atender os pacientes
que chegaram nesse intervalo, mesmo chegada a hora do meu intervalo de repouso.
Resumindo, todos têm direito de sair pra usar o banheiro e lanchar e eu nunca
fiz questão. Sempre pude aguentar e esperar um pouco mais. E sempre ajudei a
todos que, diferente de mim, precisavam, atendendo os pacientes de ambos os
plantonistas. Porque exatamente uma única vez que eu faço o mesmo o colega não
poderia tomar o exemplo e também atender esses nossos pacientes? Não foram
poucas as vezes que ele saiu sem ao menos avisar e eu fiquei lá na frente e
resolvi tudo por nós 2. É tão difícil entender e reconhecer? Entendo que isso
seja parceria. Um ajudar o outro e trabalhar no intuito de melhor servir e não
apenas em próprio benefício. Nunca me importei em cobrir um colega, seja com uma
ou umas horas a mais lá na frente ou com mais pacientes. Gosto de conversar;
trocar ideias sobre algum caso mais difícil; compartilhar! Isso só nos
acrescenta e também é parceria. É assim que trabalho. E mais: Eu não estava
NAMORANDO. Tenho casa e o mundo inteiro para isso. E a pessoa citada de modo
maldoso na matéria era mais um paciente que fez ficha como os demais e também
foi assim medicado, como direito. Então por favor, ouçam antes de falar. Não
fui a pessoa que se recusou a ajudar ninguém. Pelo contrário. Eu só queria e
acho que merecia um mínimo de reconhecimento e mesmo de consideração e
reciprocidade. Mas infelizmente isso não é pra todo mundo e eu hoje sofro as
consequências. É lamentável. Obrigada pela atenção”.
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Pronto Socorro Municipal de Parnaíba
Kairo Amaral
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