Edição Teodoro Neto|
Os agentes penitenciários do Piauí anunciaram greve por
tempo indeterminado e devem paralisar as atividades na próxima segunda-feira
(11). Entre as reivindicações da categoria está o reajuste salarial, além de
melhores condições de trabalho.
“Até agora o governo não se manifestou, nem quis sentar com
a categoria para dar uma previsão sobre o cumprimento do último acordo que foi
feito no final do ano passado, mas que até agora não foi cumprido. Por conta
disso, não nos restou nenhuma alternativa a não ser paralisar as atividades”,
explica Kleiton Holanda, vice-presidente do Sinpoljuspi (Sindicato dos Agentes
Penitenciários do Estado).
Ainda de acordo com Kleiton Holanda, ficarão suspensas as
visitas aos presos, tanto a íntima quanto a de advogados e parentes. “Durante a
greve também não iremos receber nem fazer a transferência de presos. A única coisa
que continua é a alimentação, o banho de sol e o encaminhamento para
atendimentos de urgência e emergência”, diz Holanda.
O vice-presidente do Sinpoljuspi afirma que, a categoria
está insatisfeita com as obras inacabadas de alguns presídios, além da escassez
de servidores. “A população carcerária cresce a cada dia e enquanto isso o
Estado continua sem contratar mais gente. Pelo contrário, quando a Casa de
Detenção de Campo Maior ficar pronta, vão tirar de onde já não tem para colocar
lá”, diz.
Kleiton Holanda conta que na Casa de Custódia, por exemplo,
são cerca de mil detentos para apenas dez agentes penitenciários de plantão.
“Temos um déficit de 2.400 servidores. O certo seria um agente para cada cinco
presos, ou seja, lá precisaria de pelo menos 200 atuando em cada plantão, mas
há apenas 10 divididos cada um em uma parte da unidade”, afirma.