Edição Teodoro Neto |
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Imagens mostra as marcas das agressões (Foto: Divulgação/Arquivo pessoal) |
A Corregedoria da Polícia Militar do Piauí abriu inquérito
para investigar a conduta do sargento Gilberto Carvalho da Silva, com mais de
25 anos de serviço na PM, acusado de agredir - com socos, chutes e coronhadas
nas costas e na cabeça - três adolescentes, com idade de 9, 11 a 13 anos, no
bairro Angelim, na zona Sul de Teresina.
As agressões ocorreram na noite de quarta-feira (11), quando
os meninos brincavam na frente de uma casa em construção perto das residências
dos três. O Sargento atirou para cima com uma pistola .40, segundo afirmação de
um dos meninos.
Assustados, os três tentaram fugir, mas foram ameaçados. O
PM passou a agredir os garotos. Foram mais de 20 minutos de agressões e ameaças
inclusive aos pais dos três meninos, caso denunciassem o PM.
José Dutra Viveiros, pai de uma das vítimas, acusou o PM de
ser agressivo e não poder viver em comunidade. As mães afirmaram que as
crianças estão abaladas, com medo até de frequentar a escola.
"Ele deu um murro na boca do meu filho que o dente
amoleceu e quase saca fora. Eles estavam brincando, jogando pedra para cima. Os
boatos é que as crianças estavam usando drogas, mas é só olhar para eles que se
sabe que isso é mentira. Eles são crianças bem cuidadas. Estamos revoltados e
queremos Justiça. Ele não pode usar farda da PM para fazer isso", reclamou
Rosa Maria Oliveira mãe do garoto mais velho, que completou 13 anos nesta
sexta-feira (13).
"Ele começou do nada. As crianças estavam brincando com
um cano de PVC e um balão, quando ele se aproximou e mandou as três deitarem de
costas e começou a pisotear, bater com o revólver e ainda deu um tiro para cima
para que ninguém se aproximasse. Foram 15 minutos de tortura. E teve um que não
aguentou segurar o choro e foi pior, porque ele bateu mais até que a criança
desmaiou”, denunciou Maria do Socorro Araújo, mãe de uma das crianças agredidas
pelo sargento.
O policial militar continua trabalhando normalmente. O
sargento não quis se manifestar sobre a acusação feita pelos meninos e pelos
pais das três crianças. A PM também não comentou o caso. O Comando Geral deve
divulgar nota oficial sobre a denúncia.