Edição Parnaíbapontocom
No Dia do Professor, a BBC News Brasil apresenta as
propostas dos dois candidatos à Presidência que chegaram ao segundo turno,
Fernando Haddad (PT) e Jair Bolsonaro (PSL) para essa área.
O levantamento foi feito com base nos planos de governo
apresentados ao TSE, entrevistas e publicações feitas pelas candidaturas na
internet.
Para ver as propostas de ambos em todas as áreas, clique aqui.
O que propõem aos professores?
Ex-ministro da Educação, Fernando Haddad diz em seu programa
de governo que quer investir na formação dos educadores e na gestão pedagógica
da educação básica.
O petista fala em fortalecer o Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid), que permite aos alunos de cursos
presenciais com interesse no magistério que se dediquem ao estágio em escolas
públicas e que, quando graduados, se comprometam com o exercício da profissão
na rede pública.
O programa do PT diz que aproximadamente 25% dos professores
que atuam na educação básica não têm licenciatura específica para as
disciplinas que lecionam. O plano fala que retomará a Rede Universidade do Professor,
programa criado para oferecer vagas de nível superior para a formação inicial e
continuada de professores da rede pública, para que possam se graduar nas
disciplinas que lecionam.
O programa diz que pretende reforçar a Universidade Aberta
do Brasil (UAB), programa que visa ampliar e interiorizar - ou seja, expandir
para fora das capitais - a oferta de cursos e programas de educação superior
por meio da educação a distância.
Os dois candidatos falam em melhorar a formação dos
professores das escolas públicas no Brasil
Em seu programa de governo, Jair Bolsonaro fala em aumentar
a qualificação de professores, sem posterior detalhamento entre as propostas.
O candidato defende um modelo de educação "sem
doutrinação e sexualização precoce" e baseado nas propostas do Escola Sem
Partido.
Diz que falta disciplina no ambiente educacional e que, por
isso, "hoje, não raro, professores são agredidos, física ou moralmente,
por alunos ou pais dentro das escolas".
Outras propostas para a Educação
Haddad diz que o ensino médio será prioridade do seu
governo.
Uma das principais propostas é criar o programa Ensino Médio
Federal, que aumentará a atuação do governo federal no ensino médio, que
constitucionalmente é de responsabilidade dos Estados.
A ideia é que haja maior integração, aumento de vagas nos
Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, e que o governo federal
se responsabilize por escolas situadas em regiões de alta vulnerabilidade.
O plano diz querer expandir a educação integral e criar uma
bolsa de permanência nas escolas, especialmente para jovens em situação de
pobreza. "O governo Haddad ampliará a participação da União no ensino
médio, de modo a transformar essas escolas em espaços de investigação e criação
cultural e em polos de conhecimento, esporte e lazer, garantindo educação
integral", diz o texto do programa de governo.
O ex-ministro da Educação de Lula diz em seu programa de
governo que pretende revogar a reforma do ensino médio. Haddad pretende mexer
na Base Nacional Comum Curricular "para retirar imposições
obscurantistas".
O plano de governo do petista fala em criar um novo padrão
de financiamento para que a Educação receba o equivalente a 10% do PIB. Segundo
estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico)
publicado em 2017, os gastos com educação totalizam 4,9% do PIB brasileiro.
Fernando Haddad diz que concentrará esforços em avanços no
ensino médio, incluindo escola em tempo integral em lugares mais pobres
O candidato afirma ter intenção de normatizar o uso público
dos recursos do Sistema S na oferta de ensino médio.
O objetivo é direcionar 70% dos recursos à ampliação da
oferta de ensino médio. Fazem parte do Sistema S o Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social do Comércio (Sesc), o Serviço
Social da Indústria (Sesi) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio
(Senac).
O programa promete a institucionalização Sistema Nacional de
Educação, pendente há quatro anos. O Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado
em 2014, o colocou como um caminho para a articulação do sistema de ensino nos
níveis federal, estadual e municipal, com o objetivo de atingir as metas
estipuladas pelo governo.
No que diz respeito a minorias, o plano diz que um eventual
governo Haddad "fortalecerá uma perspectiva inclusiva, não-sexista,
não-racista e sem discriminação e violência contra LGBTI+ na educação".
Diz também que retomará os investimentos na educação do campo, indígena e
quilombola. Como contraponto ao Escola Sem Partido, o programa propõe a Escola
com Ciência e Cultura.
Diz que quer focar o programa Educação para Jovens e Adultos
em alfabetização. Fala, ainda, em introduzir trabalho com linguagens digitais
desde o primeiro ano do ensino fundamental. Para combater violência em escolas,
será criado o Programa Paz e Defesa da Vida nas Escolas.
O programa do PT diz que o foco será o ensino médio, mas
também fala em expandir universidades e institutos federais.
Jair Bolsonaro, por sua vez, afirma que dará ênfase à
educação infantil, básica e técnica.
O programa de governo fala em mudar a Base Nacional Comum
Curricular, "impedindo a aprovação automática e a própria questão de
disciplina dentro das escolas".
O programa fala que o conteúdo e método de ensino precisam
ser mudados. "Mais matemática, ciências e português", diz o texto.
Bolsonaro pretende incluir no currículo escolar as matérias
educação moral e cívica (EMC) e organização social e política brasileira
(OSPB), disciplinas herdadas da ditadura militar.
O candidato tem ainda intenção de ampliar o número de
escolas militares, fechando parcerias com as redes municipal e estadual. A meta
é que haja, em dois anos, um colégio militar em cada capital. Tem também o
plano de construir o maior colégio militar do país em São Paulo, no Campo de
Marte.
Jair Bolsonaro defende aumentar o número de escolas
militares no país; a meta é que, até 2020, haja uma em cada capital
Fala, ainda, em integração entre governos federal, estadual
e municipal.
O programa do capitão reformado dá ênfase à educação a
distância nos níveis básico, médio e superior. "Deve ser considerada como
alternativa para as áreas rurais onde as grandes distâncias dificultam ou
impedem aulas presenciais", diz o texto.
Ainda segundo o documento, o Brasil gasta mais com ensino
superior do que com o ensino básico. Bolsonaro defende que isso seja invertido.
Para o ensino superior, o programa fala em parcerias de
universidades com a iniciativa privada para desenvolvimento de novos produtos
visando aumentar a produtividade no país.
Diz, ainda, que universidades devem estimular e ensinar o
empreendedorismo.
Bolsonaro é contra cotas raciais, mas a favor das sociais.
Informações BBC News Brasil
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