O tenente coronel Edwaldo Viana, comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar em Picos, foi exonerado da função. A informação foi anunciada pelo próprio oficial em um longo desabafo compartilhado no grupo de Relações Públicas do comando nesta terça-feira, 7.
No áudio de 7 minutos de duração, o coronel disse que foi exonerado porque "falou a verdade" e afirma, ainda, que forças políticas tiveram influência direta na exoneração. Edwaldo sugere que a decisão foi uma tentativa de silenciá-lo, mas defende que o "tiro saiu pela culatra" e agora está livre para falar o que quiser.
Edwaldo Viana é exonerado cinco dias após um áudio em que ele afirmava que "bandido tem que descer pelas cordas" ser divulgado. Na mensagem, o então comandante se referia aos suspeitos de assassinar o empresário Edilson Oliveira, de 59 anos, na cidade de Picos.
No áudio divulgado hoje, o coronel fala que está "muito chateado" com a exoneração, mas demonstra não se arrepender do que falou sobre criminosos. O coronel destaca que prefere a morte a se curvar "para bandidagem".
"Sei que o comandante geral está me tirando com o coração ferido. Ele sabe da tradição que é Picos. Sabe se for um comandante frouxo a turma passa por cima e toma de conta. A situação geográfica deixa Picos totalmente aberta para bandidagem. É por isso que eu nunca me curvei para bandidagem. Nunca vou me curvar. Eu prefiro a morte a me curvar para bandidagem", desabafa o coronel.
Viana afirma que foi convidado para assumir um "grande comando na capital",mas recusou o convite.
"Não vou aceitar comando em lugar nenhum porque fizeram isso para me silenciar, mas o tiro saiu pela culatra porque agora que vou falar, agora estou livre para falar o que quiser", disse o coronel que pretende tirar licença seguida de férias.
A passagem de comando ocorrerá na próxima sexta-feira, 10, às 9h no 4º BPM.
"Não esperava isso, entrego de cabeça erguida . Com a certeza que fiz o possível. Não fiz o ideal, mas fiz o possível", afirma.