segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Médica denuncia falta de equipamento ao tentar salvar baterista em Barra Grande

A médica Érica Yanaguihara ajudou a prestar os primeiros socorros ao baterista Eduardo Henrique, que morreu após sofrer uma forte descarga elétrica, em Barra Grande, no dia 28 de dezembro de 2019. 

Sobre o Caso:

Em contato com o Cidade Verde, a médica alertou que Eduardo poderia estar vivo se a região tivesse um Desfibrilador Automático Externo (DEA) para reanimá-lo.
Assim que Eduardo sofreu a descarga, ela conta que muitas pessoas começaram a buscar por um DEA, inclusive nas grandes pousadas, mas nenhum foi localizado. Após 30 minutos aguardando a ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, o veículo chegou com o aparelho sem funcionar.
"Sou de São Paulo, eu estava a turismo e fui a médica que estava presente no momento do ocorrido, junto com outro médico, iniciamos as manobras de ressuscitação cardiopulmonar. Imediatamente, solicitei que chamassem o SAMU e trouxessem um DEA. Estava seguindo o protocolo preconizado mundialmente de BLS (Basic Life Support). Não havia um DEA em lugar nenhum", contou.
Publicada no Diário Oficial de 2013, uma lei estadual obriga a existência de DEA (aparelho de corrente elétrica para arritmias cardíacas) em transportes públicos, espaços esportivos e culturais no Piauí. No caso, Cajueiro da Praia possui grande fluxo de turismo nas festas de Fim de Ano e, o ideal, segundo a médica, é ter o equipamento disponível para alguma emergência. 
Ela ressalta que "muitos casos de parada por infarto agudo do miocárdio (causa de parada muito mais comum do que a sofrida pelo baterista) são reversíveis pelo desfibrilador. Então, só fica mais evidente o quão grave é a ausência do aparelho básico no local. Por fim, quando a ambulância do SAMU chegou após meia hora de manobras, conduzimos o paciente para a ambulância - que obrigatoriamente também tem que ter um DEA - e fui finalmente instalá-lo, fui informada que o equipamento estava quebrado. Novamente, mais uma irregularidade que poderia ter salvo a vida de Eduardo e de muitas outras pessoas".
O  primeiro DEA que Eduardo teria acesso seria em Parnaíba, a uma hora de Cajueiro, e 1h30 de parada, isto é, "quando não poderia ser feito mais nada para salvá-lo. Com o intuito de prevenir novas mortes potencialmente evitáveis como essa, acho importante chamarmos atenção das autoridades locais para a necessidade urgente de compra e manutenção de um DEA. Não gostaria que isso afetasse o turismo local, mas é importante que haja a mudança para evitar novas mortes".
Reunião 
O Cidade Verde entrou em contato com o secretário de Turismo em Cajueiro da Praia, Marcos Cazuza.  Ele confirmou que, após saber do relato da médica, marcará uma reunião para a próxima terça-feira, 07, com a Secretaria Municipal de Saúde para discutir a melhor assistência ao turistas e moradores locais.
"Quando estamos com grande movimento, uma ambulância fica 24 horas disponível na UBS de Barra Grande. Na terça, vou me reunir e fazer esse trabalho em parceria com a Saúde para reverter essa situação e garantir melhor assistência, principalmente, quando o fluxo (de pessoas) for maior".
O Cidade Verde também apurou que a Central do SAMU em Parnaíba regula as ambulâncias da região. Que há uma ambulância avançada em Parnaíba e as demais são ambulâncias básicas. A depender da gravidade, a avançada vai ao encontro da básica para deslocar o paciente de uma para a outra, assegurando uma maior agilidade no atendimento. 
Sobre o não funcionamento do DEA na ambulância, o Cidade Verde tenta contato com o secretário de Saúde de Cajueiro da Praia e com a coordenação do Samu em Parnaíba. O espaço está aberto. Da Redação com informações do Cidadeverde.com 

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