A mulher presa por abandono de incapaz depois de impedir que o filho de dois anos entrasse em casa, na quinta-feira, 16, relatou, nesta sexta-feira, 17, que sofreu ameaças dos vizinhos após o ocorrido. Em depoimento, a mãe disse que não sabe porque impediu o menino de entrar na residência.
Segundo a Polícia Civil, a criança foi encontrada por policiais militares chorando na porta da casa da mãe, que se recusava a abrir a porta para a criança. A mãe, presa em flagrante, e o menino foram levados para a Central de Flagrantes.
De lá, a mulher foi liberada ao pagar fiança e criança voltou para a casa do pai, que disse que vai cuidar do menino. A mãe relatou que tem sofrido ameaças de vizinhos e disse que não sabe porque fez o que fez.
“Eu não sei o que foi que passou pela minha cabeça naquele momento. Não sei… de ter expulsado meu filho. Ter tirado meu filho de dentro de casa e ter entregado ele para o pai dele", disse.
A mulher afirma que não abandonou a criança. "Não joguei ele no meio da rua. Apenas eu peguei ele e pedi a meu menino para ir deixar ele na casa do pai", contou.
"A população armou isso tudo para cima de mim. Pegaram o menino no outro dia e foram, jogaram o menino lá na calçada", alegou a mãe.
Ainda em depoimento, a mulher disse que tem uma boa relação com a criança. “Eu não espancava ele. Procurava tratar meu filho da melhor forma possível. Só que deu uma vira volta na minha cabeça que eu não sei o que foi que eu… não sei o que foi… não sei o que foi que passou pela minha cabeça para eu ter feito aquilo”, declarou.
Investigação
Segundo a Polícia Civil, a mulher cuida de três filhos maiores, frutos de um relacionamento anterior. Já o menino de 2 anos, que nasceu de um relacionamento recente, vive com o pai em uma casa que fica próxima da casa da mãe.
Durante a manhã da quinta-feira, 16, o menino havia sido deixado com um tio na casa do pai, mas acabou saindo caminhando com os irmãos para a casa da mãe. “Como o pai mora perto, ele saiu caminhando, acompanhando os irmãos maiores”, contou o delegado.
Ao chegar à casa, a mãe se recusou a abrir a porta para o menino. Diante da situação, vizinhos acionaram a Polícia Militar. O caso foi registrado e enviado para a Delegacia Especializada da Mulher (Deam), que deve investigar se a mãe cometeu o crime de abandono de incapaz.
Conselho Tutelar
De acordo com o Conselho Tutelar de Parnaíba, a mãe e o pai da criança haviam entrado em acordo na quarta-feira, 15, dia anterior à prisão. A mãe teria manifestado que não queria ficar com a criança e o pai disse que queria cuidar do filho. Assim, o menino foi levado para a casa do pai.
Entretanto, na manhã de quinta, 16, quando o pai havia saído para trabalhar em uma frutaria, os irmãos foram até a casa e o menino os acompanhou de volta para a casa da mãe.
Depois que a mãe e a criança foram levados para a delegacia, e o procedimento policial foi instaurado, os conselheiros tutelares levaram o menino de volta para o pai. O Conselho irá realizar um procedimento que oficialize a decisão do pai de ficar com o filho.
"Ele está manifestando que quer ficar com o filho. Vamos fazer disso um documento. Como a criança é registrada no nome dele, ele já pode ficar com o filho. Mas como o Conselho vai acompanhar, vamos aplicar uma medida, um documento que ele assina se comprometendo com a criança", explicou o conselheiro Regisvaldo Queiroz. Da Redação com informações do G1 Piauí