Os homens apontados como líderes do esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões a uma instituição financeira tiveram suas prisões preventivas decretadas pela Justiça.
Segundo a Polícia Civil, os líderes do grupo são Anderson Ranchel Dias, Handson Ferreira Barbosa, Ilgner de Oliveira Bueno e Sávio Máximo de Sousa.
A investigação apontou que eles atraíam "clientes" que buscavam dinheiro, e usavam seus nomes para enganar os bancos e conseguir créditos altos. O dinheiro era entregue ao cliente, e a quadrilha ficava com uma porcentagem.
Anderson Ranchel, apontado como líder do grupo — Foto: Fantástico |
Em depoimento à Polícia, o homem apontado como líder do grupo, Anderson Ranchel, disse que ganhava "um pouco de dinheiro" com a fraude: "realmente ganha um pouco de dinheiro, até porque ganhar 15% de 10, 12 mil, 20 mil não era muito dinheiro" , disse. Entretanto, a investigação apontou que os líderes recebiam até 40%, e os empréstimos chegavam a custar R$ 120 mil.
Segundo a Polícia, 117 pessoas foram identificadas como suspeitas de participar dessa forma da fraude. Em todo o Brasil, são 314 suspeitos. Essas pessoas estão ligadas a mais de 600 contas bancárias com indícios de irregularidades.
Os criminosos anunciavam empréstimos bancários facilitados em grupos de aplicativos, e também nas ruas. Muitos clientes moravam em bairros da periferia de Teresina, e os agenciadores do esquema usavam até carros de som para anunciar o "serviço" de empréstimos. Três dos quatro líderes nasceram e cresceram na periferia, e conheciam pessoalmente boa parte dessas pessoas.
Operação Prodígio: prints mostram conversas entre membros de grupo suspeito de obter R$ 19 milhões em fraudes bancárias; veja — Foto: Reprodução |
Depois, contas bancárias eram abertas no nome dessas pessoas, mas informando uma profissão e uma renda diferentes: médicos e engenheiros, por exemplo. O objetivo era forjar uma alta renda para conseguir muito crédito nos bancos.
Em seguida, o grupo depositava na conta um valor compatível com a renda declarada, e o banco entendia que a profissão do cliente era verdadeira. Então, concedia o crédito bancário. Essa operação era feita outras vezes, para que o crédito bancário aumentasse.
Em determinado momento, os criminosos decidiam "limpar" as contas, usando todo o crédito fornecido usando máquinas de cartão ligadas a empresas fantasmas, e não pagavam mais.
Operação Prodígio
Suspeito de liderar esquema de fraude bancária com prejuízo de R$ 19 milhões ostentava vida luxuosa nas redes sociais — Foto: Reprodução |
Em 2022, Anderson Ranchel Dias de Sousa viajou mais de 10 vezes para os Estados Unidos
Quase 30 pessoas foram presas no Piauí, na terça-feira, 5, suspeitas de integrar um esquema de fraude bancária que causou prejuízo de R$ 19 milhões a uma instituição financeira no Brasil. Desse valor, R$ 6 milhões são relacionados a golpes praticados em contas bancárias de agências localizadas no estado.
Vinte e dois dos presos foram capturados em Teresina. Desses, a maioria na Zona Sul da capital. A Secretaria de Segurança Pública do Piauí (SSP-PI) informou que eram pessoas que entravam no esquema para fornecerem dados falsos e se tornarem clientes do banco.
Anderson Ranchel Dias de Sousa, um dos presos, foi capturado na Zona Leste de Teresin. Ele é apontado como líder da associação criminosa e ostentava uma vida luxuosa nas redes sociais, tendo viajado mais de 10 vezes para os Estados Unidos somente durante o período da investigação.
O diretor de inteligência da SSP-PI, delegado Anchieta Nery, informou que o esquema era divido em três partes: liderança, que incorporava pessoas para abrirem as contas com dados falsos; financeira, que lavava o dinheiro tirado do banco, e clientes, pessoas que se juntavam ao esquema para abrirem as contas.
Algo que chamou à atenção, foi que alguns dos suspeitos têm entre 18 e 21 anos e diziam ser médicos e engenheiros para abrir contas bancárias, daí o nome da operação: "prodígio".
Como foram descobertos
A esposa de um dos suspeitos presos denunciou a fraude do grupo após sofrer violência doméstica do marido. Além disso, a gerência do banco também estava desconfiando do número de contas abertas e da idade de alguns clientes. Por isso, a polícia foi acionada.
Os gerentes suspeitaram quando clientes, que se identificavam como médicos residentes, por exemplo, iam ao espaço físico do banco, tendo cerca de 18 anos. Do G1 Piauí