O empresário Ernandio Dionísio de Carvalho foi preso em flagrante sob acusação de agredir e enforcar a estudante Bruna Hemerly de Oliveira Freitas, 26. O caso ocorreu no último sábado, 8, dentro de um hotel de luxo em Barra Grande, no Litoral do Piauí. Segundo a vítima, ela ainda teria sido ameaçada pelo advogado do homem para mentir no depoimento à polícia.
|
O empresário Ernandio Dionísio de Carvalho acusado de agredir a estudante, marcas de agressão no pescoço da vítima e cabelos arrancados da vítima/Reprodução |
Em entrevista ao repórter Ivan Lima, da TV Meio, a estudante contou que eles se conheceram a um mês e logo que chegaram ao hotel, ele começou a agredi-a verbalmente. Então, ele teria consumido bebidas alcóolicas e agrediu a vítima até ela ficar desacordada.
“Quando deu cerca de 23h, um amigo dele chegou e trouxe uma amiga minha. Eu desci para o quarto, deixei ele lá, tomei banho, deitei na cama e fiquei assistindo série no meu celular. Quando deu 2h da madrugada de sábado ele entrou no quarto e já partiu para a agressão. Ele me deu várias pancadas, murros, estou com lesões no pescoço, eu estava usando unhas de alongamento em gel e na hora da briga ele arrancou as unhas de gel e minhas unhas foram junto. Ele me enforcou até eu desmaiar. Ele só parou de bater quando parei de me mexer. Depois ele foi dormir na cama e me deixou no chão como se nada tivesse acontecido”, narrou a jovem de 26 anos.
Na sequência, a estudante contou que quando recuperou a consciência tirou fotografias das lesões em seu corpo, dos cabelos dela que foram arrancados, dele dormindo ao lado das unhas dela que foram arrancadas e pediu ajuda para a recepção do hotel.
“Depois que terminei de registrar o que tinha acontecido, eu fechei minha mala e fui até a recepção do hotel para pedir ajuda, falei que eu tinha sido espancada e pedi ajuda. Falei que queria ir até a delegacia agora para fazer o exame de corpo de delito, aí eles falaram que não tinha delegacia em Barra Grande, aí eu tive que voltar para o quarto e dormir com o agressor. No dia seguinte, foi o assunto do café da manhã porque os hóspedes escutaram as agressões e meus gritos. Eu tomei café da manhã, depois tive que almoçar com ele, fiquei na piscina o resto do dia inteiro chorando porque o pessoal do hotel não tinha conseguido me mudar de quarto”, lamentou a vítima.
|
Cabelos no chão, o acusado dormindo ao lado das unhas quebradas da vítima e as marcas no pescoço dela/Reprodução |
Ainda conforme o relato da estudante, o acusado só foi preso após ela entrar em contato com o proprietário do hotel e ele acionar a polícia para prender Ernandio.
“Eu mandei mensagem para o dono do hotel, aí o dono do hotel que ligou para a recepção mandando me mudarem de quarto e ele mesmo ligou para a polícia e a polícia prendeu ele em flagrante”, expôs a vítima.
Após a prisão do empresário, a jovem disse que o advogado dele teria feito uma ameaça que ela poderia ser a “próxima Fernanda Lages”, fazendo referência ao caso da estudante Fernanda Lages, encontrada morta em 2011.
“Quando ele estava sendo preso, o pessoal do hotel me mudou de quarto. Eu estava dentro desse quarto trancada, quando o amigo dele bateu na porta e me entregou o celular dele que estava em uma chamada de vídeo com um advogado. Nessa chamado de vídeo o advogado me perguntou o que aconteceu, perguntou se eu estava indo para a Central de Flagrantes e ele disse que estava indo para a Central. Depois ele me perguntou se eu sabia que ele tinha sido o advogado do caso da ‘Fernanda Lages’ e perguntou se eu queria ser a próxima”, relatou a estudante.
Bruna Hemerly contou ainda que o advogado Everaldo Sampaio entrou em contato com ela e tentou coagi-la para mentir em seu depoimento à polícia.
“Ele falou que era para eu mentir, dizer que eu mesma machuquei o meu pescoço com as minhas unhas, para eu falar que não fui espancada, dizendo que era melhor para mim, que se não, eu não conseguiria trabalhar, que a minha imagem ficaria manchada, que as consequências iriam ser piores para mim e que no dia seguinte ele estaria solto”, narrou a vítima.
O Boletim de Ocorrência contra o empresário foi feito no domingo, 9, em Parnaíba-PI. As informações são que até a manhã desta segunda-feira, 10, o acusado ainda permanecia preso. O caso deve ser investigado pela Polícia Civil.
O Meio News não conseguiu manter contato com a defesa do empresário. A reportagem está à disposição para ouvir o outro lado da história e, por isso, fornece o e-mail: redacao@grupomeio.com. Meio News