Por Teodoro Neto |
A Defensoria Pública entrou com uma a ação judicial pedindo
reparação por danos morais em favor da paciente Thamara Macêdo, que ficou 20
dias com um 'tampão' (um tecido utilizado para estancar sangramentos pós-parto)
no canal vaginal. A ação protocolada esta semana estabelece uma indenização de
R$ 100 mil, que deve ser pago pela Secretaria Estadual de Saúde (Sesapi).
A assessoria da Sesapi, que ficou de divulgar uma nota sobre
o caso, mas até a publicação da matéria não se posicionou. A Secretaria tem 30
dias para se manifestar sobre a ação no Fórum da 2ª Vara Criminal.
"Entramos com uma ação na esfera cível, que é referente
à reparação por danos morais, e na criminal, para investigar a responsabilidade
relacionada à equipe médica que fez o parto da vítima", explicou o
defensor Caio Jordan da Costa Lima.
Para a vítima Thamara Macêdo, o valor estabelecido na
indenização é considerado baixo em comparação aos danos sofridos por ela. A
educadora física avaliou como descaso a negligência médica.
"Eles [médicos] não estão nem aí. Graças a Deus fiz
recentemente exames e estou bem, assim como o meu bebê. Acho o preço da
indenização pouco, se comparado com o risco de vida, os gastos que eu tive com
exames e o sofrimento de ter amamentado o meu filho só dois dias, porque depois
passei mal", declarou Thamara.
A paciente fez um parto cesárea na Maternidade Dona
Evangelina Rosa e dias depois começou a se sentir mal, ter dores e exalar um
mau cheiro. Com a piora do seu estado de saúde, a família procurou atendimento
médico no Hospital do Buenos Aires e lá uma médica retirou um pedaço de tecido
do canal vaginal da mulher.
O caso foi denunciado pelo ex-jogador de futebol Erivaldo
Veloso, esposo da Thamara, que usou seu perfil no Facebook para expor a
situação. "Ela estava sentindo muita dor e não conseguia urinar. Já tinham
se passado 20 dias desde o nascimento do nosso filho e ela não melhorava. Levei
ela ao Hospital do Buenos Aires e quando a ginecologista foi examinar, achou o
tampão do tamanho de uma fralda dentro dela. Minha mulher chorou muito com a
situação, foi humilhante”, contou.
A família da vítima registrou um boletim de ocorrência no
13º Distrito Policial, no entanto, quatro meses depois o processo encontra-se
parado. A direção da Maternidade Dona Evangelina Rosa, em Teresina, abriu uma
sindicância para apurar o que aconteceu durante o parto e afastou o médico
responsável pela equipe.
A investigação por parte da unidade de saúde foi aberta no
dia 23 de fevereiro e deveria durar 30 dias. O resultado da sindicância
continua sem previsão, segundo a assessoria da maternidade. G1
Thamara Veloso, vítima de erro médico no Piauí (Foto:
Reprodução/TV Clube)
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