quinta-feira, 26 de julho de 2018

CASO SELENE VERAS – Defesa alega insanidade mental do acusado e audiência é suspensa


Edição ParnaíbapontoCom
G1 PI
A primeira audiência de instrução da morte da professora Selene Veras Roque, assassinada com 26 facadas pelo ex-companheiro, foi suspensa após a defesa alegar insanidade mental do acusado. O processo para definir se o réu será julgado pelo Tribunal do Júri foi iniciada na tarde desta quarta-feira, 25, no Fórum de Luís Correia, no Litoral do Piauí, sob protesto de familiares da vítima.
O feminicídio aconteceu no dia 3 de junho, no povoado Brejinho, zona rural de Luís Correia. O autor do crime era Raimundo Neto Pereira, marido da vítima, que fugiu após o crime e dois dias depois ao se apresentar na delegacia.
Segundo o advogado da família da professora, Carlos Eduardo Marques Coutinho, durante a audiência foi feita parte da instrução. Contudo, o advogado de defesa solicitou um exame de sanidade mental alegando que o acusado sofria de problemas mentais.
Na alegação do Ministério Público, o promotor de justiça Galeno Aristóteles afirmou que não restam dúvidas da materialidade e autoria do crime mediante o que foi dito pelas testemunhas e dos resultados das perícias realizadas no curso do inquérito policial. Ele confirmou ter sido um crime hediondo e pediu que o réu fosse julgado pelo Tribunal do Júri.
Como a defesa de Raimundo Neto, proferida pelo advogado Vicente Ribeiro, pediu a realização do exame de insanidade mental, o juiz Willmann Izac Ramos Santos suspendeu o processo de instrução até que seja divulgado em um prazo de 45 dias o resultado.
Por conta disso, o acusado será transferido para o Hospital Areolino de Abreu, em Teresina, até que o perito oficial da justiça informe o diagnóstico.
Ainda de acordo com o advogado da família de Selene Roque, só após esse trâmite legal que o juiz irá decidir se o réu será ou não julgado pelo Tribunal do Júri.
"Não resta nenhuma dúvida da materialidade do crime até pelos exames que comprovam isso nos autos. Enquanto a autoria, ele diz que não se lembra do ato em si, mas tem a consciência do que praticou. Inclusive a família entregou o celular da vítima, que tinha duas fotos de lesões corporais no braço da Selene enviando para o companheiro, em que ela acusa o parceiro da agressão. Além disso, tinha conversas quando ela fugiu de casa com a filha, dele pedindo para a mulher voltar e ela perguntando se ele iria tentar matá-la", contou o advogado.
Audiência de pronúncia
A sentença de pronúncia é uma decisão que não põe fim ao processo, ela apenas decide que existem indícios de um crime doloso contra a vida e que o acusado pode ser o culpado. Por se tratar de um crime doloso contra a vida, o processo será julgado por um Tribunal do Júri e não por um juiz sozinho.


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