Editado por ParnaibapontoCom |
O procurador da comissão disciplinar do Tribunal de Justiça
Desportiva (TJD-PI), Fabrício Carvalho, acatou a denúncia do Flamengo-PI, que
pediu a anulação da semifinal contra o Parnahyba, no primeiro turno do
Campeonato Piauiense, por causa da suposta escalação irregular do atacante
Fabiano. O processo foi entregue ao presidente do tribunal, Luciano Benigno, na
tarde desta quinta-feira(06) e agora será julgado na comissão. O Parnahyba será
oficialmente comunicado para apresentar defesa. No despacho, Fabrício Carvalho
pede a eliminação do Parnahyba e que a final do turno seja refeita entre
Flamengo-PI e Altos.
Fabrício Carvalho aceitou o argumento do jurídico do
Flamengo-PI, que encontrou no regulamento do Campeonato Piauiense uma brecha na
redação sobre suspensão automática, quando o atleta leva dois cartões amarelos
na partida. Segundo o procurador, a regra específica do estadual é diferente
das demais competições.
O regulamento do estadual apresenta essa particularidade. No
Piauí, há a diferença e foi opção de valer um cartão. Todos os times assinaram
o regulamento, que antes de valer foi esclarecido ponto a ponto. Por isso, com
essa minha decisão, estou zelando pelo regulamento.
- Ofereci a denúncia, agora o processo vai se iniciar. A
palavra final será dada no julgamento, não é a minha. Fiz uma interpretação
literal do regulamento específico do Campeonato Piauiense, que diz que quando o
atleta recebe dois amarelos e em seguida o vermelho, o cartão amarelo permanece
vigente. Então, não é um argumento absurdo do Flamengo-PI. Se não tivesse
fundamento, eu iria arquivar - explicou Fabrício.
O procurador ressaltou que estudou minuciosamente a peça
apresentada pelo Fla-PI. Para ele, a consequência lógica seria a eliminação do
Parnahyba do turno - pedido também feito ao Tribunal de Justiça Desportiva.
Fabrício afirmou que o regulamento foi assinado por todos os times, ou seja,
tinham a ciência da regra da suspensão automática.
- Isso é uma denúncia, vale lembrar. Existe sim a
possibilidade do Parnahyba perder o título, ele violou o regulamento. O
Flamengo-PI viu essa brecha, nos provocou e estamos dando a resposta - disse
Fabrício, completando:
- O regulamento do estadual apresenta essa particularidade.
No Piauí, há a diferença e foi opção de valer um cartão. Todos os times
assinaram o regulamento, que antes de valer foi esclarecido ponto a ponto. Por
isso, com essa minha decisão, estou zelando pelo regulamento - concluiu.
ENTENDA O CASO
O artigo 24 do regulamento do Campeonato
Piauiense trata sobre a suspensão automática por causa dos cartões amarelos. No
parágrafo primeiro, determina que quando um atleta recebe um cartão amarelo
durante a partida e, sem seguida, um vermelho direto, este mesmo atleta
cumprirá suspensão automática na rodada seguinte e continuará com o acúmulo do
primeiro cartão amarelo.
Contudo, no parágrafo segundo, o regulamento determina que,
quando um jogador receber um cartão amarelo e posteriormente um segundo cartão
amarelo, com a exibição consequente do vermelho, "o cartão amarelo não
será considerado para o computo da série de três suficientes para a suspensão
automática". O trecho é diferente do regulamento geral de competições da
CBF, que fala em "cartões amarelos não computados". O curioso é que o
regulamento do estadual diz que a regra segue determinação da CBF e FIFA, mas
não é o que acontece.
A Federação de Futebol do Piauí (FFP) emitiu ofício ao
Parnahyba, após uma consulta formal do clube azulino, dizendo que no sistema da
entidade não consta irregularidade de suspensão automática de Fabiano para a
semifinal do turno, vencida pelo Tubarão. Para a FFP, que organiza o
campeonato, o clube jogou a semifinal legal.
O QUE DIZEM OS PRESIDENTES
Tiago Vasconcelos, do Flamengo-PI: "Quem decide é
TJD-PI. Vimos a brecha no regulamento, o entendimento do nosso corpo jurídico é
que estamos corretos no que estamos pleiteando. Se nós temos a lei ao nosso
favor, o regulamento nos aparando, vamos pleitear. É natural, acontece.
Queremos que o time ganhe dentro de campo, mas não seja prejudicado fora. Se
baseando pelo regulamento esteja nos prejudicando, vamos trabalhar para o
Flamengo-PI não ser prejudicado".
Batista Filho, do Parnahyba: "Ele quer
criar terror. Vejo como uma atitude irresponsável. Até o prazo para recorrer é
de três dia antes da partida. Ai fica o cara provocando um tumulto desse. Ele
diz que está defendendo o clube dele, mas está tumultuando o campeonato. O sistema
da federação e da CBF acusa quando o jogador que está irregular. Não tem como
jogar suspenso. Ele está argumentando porque o regulamento tem um trecho no
singular. Mas é totalmente claro". GE PI