Edição Aline Figueiredo |
O juiz auxiliar da Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal
de Justiça do Piauí, Júlio César Garcez, manteve Thayná Aguiar, diretora
financeira do Cartório do 2º Oficio, em cárcere privado e, ainda, chamou a
equipe do Rone para prender a tabeliã substituta Rayone Queiroz Costa Lobo.
Garcez é acusado, ainda, de ameaçar e determinar invasão em veículo sem mandado
judicial.
A denúncia foi feita hoje, por Rayone Queiroz
ao relatar que Thayná Aguiar foi colocada incomunicável numa sala do cartório,
na última quinta-feira (06) e vigiada por policial por mais de três horas, para
confessar que havia dado dinheiro do cartório para a sua chefe, quando o
dinheiro estava em seu poder para ser depositado na conta do cartório na caixa
econômica.
Pesa ainda contra o juiz Júlio César Garcez a denúncia de que
ele havia preparado um depoimento para Thayná assinar com a afirmação de que
ela havia tirado do caixa do cartório R$ 10 mil a pedido de Rayone. Quando o
dinheiro foi contado, tinha apenas R$ 6 mil e não era para Rayone e sim para ser depositado na agência
da Caixa.
O suposto depoimento de Thayná, prestado às 14h24min teve
que ser mudado e, já na presença do advogado Robespierre Daves Gomes de Souza
Alvarenga Junior, foi feita a inquirição de Tahyná, às 16h35min, onde ela nega
que houvesse tirado o dinheiro para a tabeliã substituta.
“Eu assinei aquele documento que o doutor mandou porque
estava agoniada, ele me ameaçava prender”.
Thayna foi mantida isolada numa sala, sem comunicação com os
demais funcionários, por mais de três horas na tarde da quinta-feira e seria
levada presa por policiais do Rone, chamados pelo magistrado. Contam
funcionários do cartório que os policiais entraram de armas em punho e o
objetivo era prender Rayone e Thayná.
A ‘ordem’ do juiz foi desfeita com a chegada do advogado Robespierre
(da assessoria jurídica), que questionou a legalidade do isolamento da
funcionária e o motivo das prisões.
Robespierre encontrou Thayná chorando, muito nervosa e
indagou ao juiz as razões do fato. O magistrado, segundo os relatos, não lhe
respondeu, preferindo autorizar a saída do advogado da sala.
As ações do magistrado foram adotadas dentro de processo
administrativo da Corregedoria de investigação sobre a gestão de Rayone Queiroz
no cartório do 2º Ofício. Funcionários lembram que Garcez desconfiava de
desvios de recursos, no entanto, Rayone garante que está sobrando dinheiro no
caixa do cartório, apesar de o Tribunal de Justiça ainda não ter fornecido o
relatório financeiro sobre as remessas de dinheiro feitas pelo cartório.
Rayone e Thayná chegaram a chorar durante as narrações da
ação truculenta do juiz auxiliar da corregedoria. “Eu sou uma pessoa limpa,
nunca tive meu nome nem no SPC. Tenho 21 anos de cartório, de conduta ilibada”,
conta Rayone.
Em conversa com funcionários do cartório o juiz Júlio César
Garcez chega a elogiar a conduta de Rayone. “Ela entrou pela porta da frente e
sai pela porta da frente”, declarou ele, refirmando o que já havia dito na
imprensa, de que os fatos relacionados ao suspeitíssimo registro dos imóveis da
Cipasa, não eram do conhecimento dela, mas que Rayone foi punida por ser a
responsável pelo cartório.
O corregedor geral de Justiça, desembargador Ricardo Gentil
Eulálio chegou a dizer que Rayone perdera a sua confiança pelos fatos elencados
pelo juiz, mas não fez qualquer referência aos registros dos imóveis da Cipasa,
cujo representante legal é Francisco Eulálio, seu primo. "O corregedor
chegou a pedir que não falassem nesses registros", lembra ela, afirmando
que só apontaram como ilegalidade da minha parte a questão de parentes no
cartório, quando lá só tinha um, meu".
O corregedor Ricardo Gentil substituiu Rayone por Meirelane
Oliveira, antiga funcionária da gestão Lysia Bucar, no cartório e que é acusada
de saber das transações feitas por Francisco Eulálio e Carlos Felipe nos
registros dos imóveis da Cipasa. Meire, como é conhecida, era do setor jurídico
da gestão interina de Rayone.
Fonte Portal AZ
Juiz Júlio César Garcez