O ex-policial militar
do Piauí Max Kellysson Marques Marreiros, acusado de tentativa de homicídio
contra a vizinha em Teresina, foi condenado a 12 anos de prisão pelo crime. Ele
foi condenado por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, além de
injúria, difamação e dano material.
O crime ocorreu no dia
7 de outubro, em um condomínio da capital. Além da tentativa de homicídio, o
acusado respondeu ainda por injúria, difamação e dano. O julgamento foi
transmitido ao vivo pela 2ª Vara do Tribunal Popular do Júri da Comarca de
Teresina.
O julgamento aconteceu
nessa quinta-feira, 7, e, durante o Tribunal Popular do Júri, ele confessou que
agrediu a vítima e alegou estar embriagado e ter sofrido um surto psicótico.
Além da condenação o
juiz determinou que ele seja investigado por tentativa de feminicídio contra a
ex-namorada, e por embriaguez ao volante. A ex-namorada dele também teria sido
agredida na mesma ocasião que foi objeto do julgamento, mas desistiu de
denunciar. Entretanto, a Justiça tem o dever de investigar mesmo sem que a
vítima solicite ou mesmo concorde.
Além desse crime, o
ex-policial também responde pelo assassinato de Rudson Vieira Batista da Silva.
O técnico em radiologia morreu após ser atingido por um tiro em uma casa de
shows durante briga com o réu no dia 1º de dezembro de 2019.
Depoimento
Max Kellysson relatou
que saiu com uma sua namorada para um restaurante e, no momento que eles
voltavam para casa, o casal teve uma discussão por ciúmes. Quando eles entraram
no apartamento, o ex-policial disse que quebrou uma garrafa devido a um ataque de
raiva. Em seguida, ele adormeceu.
O ex-policial alegou
que, quando acordou, encontrou a porta do seu apartamento trancada. Então, ele
arrombou a porta e viu a sua namorada saindo do apartamento da vizinha. Nesse
momento, Max Kellysson disse que puxou o cabelo da sua companheira e, logo
depois, arrombou a porta do imóvel da vizinha.
“Primeiro, eu dei
socos, comecei a quebrar a porta com um extintor de incêndio e abriu um buraco.
Eu meti a mão e abri a porta. Essa pessoa que estava no apartamento correu para
dentro e eu comecei a quebrar o apartamento”, afirmou Max.
O réu relatou que
arrombou a porta do banheiro onde a vítima estava. Em seguida, ele a jogou ela
no chão. O ex-policial disse não se lembrar mais do ocorrido depois disso. Max
Kellysson disse que voltou ao apartamento da vizinha para buscar um relógio que
havia perdido. Depois, ele teria ido para a casa de sua família.
“Acho que foi o maior
erro da minha vida”, declarou o réu durante o julgamento.
Denúncia
Segundo a denúncia, o
ex-policial militar Max Kellysson Marques Marreiros abriu um buraco na porta do
apartamento da vizinha com um extintor de incêndio e passou a mão para a parte
interna, conseguindo destrancá-la com a chave que estava na fechadura.
Em seguida, o homem
invadiu o apartamento. A vítima se trancou em um dos banheiros, mas, conforme a
denúncia, o acusado também conseguiu arrombar a porta deste cômodo.
Em ato contínuo, Max Kellysson
a agarrou e a arrastou pelos cabelos, jogando-a na cama, subindo em cima dela e
golpeando-a com socos e tapas em seu rosto e corpo até um momento em que a
vítima conseguiu se libertar e correr em direção ao elevador do prédio.
Contudo, ela foi perseguida
pelo acusado, que conseguiu golpeá-la e derrubá-la no chão, passando em seguida
a estrangulá-la. A agressão só foi interrompida devido à chegada de um morador,
que se aproximou e intercedeu.
A vítima aproveitou a
momento de distração do agressor, correu para o elevador e desceu para o
térreo, onde foi socorrida pelo síndico e o porteiro do condomínio que a
abrigaram na guarita de segurança do local.
O ex-policial ainda
chegou a seguir a vítima, mas ao ver que ela havia sido abrigada pelo síndico e
pelo porteiro, retornou para a apartamento dela e passou a destruir móveis e
eletrodomésticos.
Em seguida, Max Kellysson foi ao
estacionamento e deixou o condomínio no momento em que a polícia chegou. Ele
ainda foi perseguido, mas conseguiu escapar, sendo preso apenas no dia 18 de
outubro de 2022. Do G1 Piauí