O homem investigado pela Polícia Federal (PF) por se passar por delegado do Piauí para aplicar golpes em várias partes do país usava a foto de um policial federal e o nome da instituição em aplicativos de mensagens. Com isso, convencia as vítimas de que estavam sendo investigadas por crimes de pedofilia.
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Golpista usava nome e foto da PF para extorquir vítimas/Reprodução Gov.br |
Como acontecia
Segundo o delegado Eduardo Monteiro, o suspeito recorria à imagem de um delegado piauiense e ao nome da PF para dar credibilidade às abordagens. Ele entrava em contato com as vítimas alegando, de forma mentirosa, que elas respondiam a investigações por pedofilia. A partir dessa mentira, as chantageava exigindo pagamentos em dinheiro para que não fossem “incriminadas”. Até o momento, a investigação identificou três vítimas.
“Ele pediu em média R$ 5 mil reais em cada vítima. Foram duas vítimas que a gente identificou, mas tem muito mais vítimas a serem identificada”, explicou Monteiro.
Vítimas intimidadas
Segundo a PF, nenhuma das pessoas abordadas tinha qualquer envolvimento com crimes de pedofilia. A intimidação se dava pelo receio de estar falando com um suposto delegado, com foto oficial e menção à Polícia Federal no perfil de contato.
O delegado ressaltou que as vítimas eram de estados diferentes, como Minas Gerais e Piauí, escolhidas de forma aleatória. “As vítimas não tinham envolvimento com a pedofilia, apenas ficaram com receio ali do contato de um delegado de Polícia Federal com o nome da instituição atrás ali no WhatsApp, no contato, em que afirmaram, passando credibilidade que era a Polícia Federal, sentiram com a agida e cederam a pressão”, completou.
Histórico e investigações
O suspeito já havia sido preso por tráfico de drogas e responde ainda por organização criminosa. Devido a esses crimes, ele cumpre prisão domiciliar. Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nesta quinta, ele tentou destruir o celular, escondendo o aparelho em um ralo de banheiro, mas os agentes conseguiram recuperar o material.
Foram encontradas também contas bancárias de terceiros usadas para receber o dinheiro das vítimas, além de indícios de que uma empresa em nome da esposa servia de fachada para movimentar valores.
“As contas em que eram depositadas o dinheiro das vítimas eram contas de pessoas desconexas a ele, que aparentemente não tinham nenhuma relação, e é esse detalhe que a gente vai aprofundar. A esposa dele também tinha uma empresa que eles utilizavam o endereço, então a gente ainda vai certificar exatamente qual é o grau de participação dela”, falou.
O juiz responsável entendeu que a prisão domiciliar atual deveria ser mantida, cabendo à PF aprofundar as apurações para avaliar a necessidade de novas medidas cautelares.
Próximos passos
A Polícia Federal agora analisa o material apreendido e monitora possíveis novas vítimas em todo o Brasil. A investigação deve apurar se outras pessoas participavam do esquema e qual o grau de envolvimento de familiares do investigado.
“A gente recebeu a notificação do caso a cerca de duas semanas, então a gente ainda vai aprofundar pra saber a extensão dos danos praticados por ele. Vamos ficar monitorando a situação, verificando se vai permanecer a prática delitiva, se permanecer a gente vai solicitar novas medidas [cautelares]”, afirmou o delegado Eduardo Monteiro. Com informações do Portal Meionews
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