A Justiça do Piauí realizou, nesta sexta-feira, 5, a audiência de instrução e julgamento sobre o caso de envenenamento que resultou na morte de oito pessoas em Parnaíba, litoral do estado. O processo, que também apura três tentativas de homicídio, tem como réus Francisco de Assis Pereira da Costa e Silva e Maria dos Aflitos Silva, ambos acusados de serem responsáveis pela tragédia familiar.
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Justiça ouve réus no caso de envenenamento em Parnaíba/Reprodução |
Durante a sessão, testemunhas e sobreviventes prestaram depoimento. Uma delas relatou ter ouvido Francisco de Assis dizer a Maria dos Aflitos, em meio ao luto: “Agora vamos ser felizes”. A declaração foi lembrada no plenário como um dos pontos mais marcantes do interrogatório.
No banco dos réus, Maria dos Aflitos negou envolvimento nos crimes e buscou transferir a responsabilidade ao ex-companheiro. “Foi o De Assis que matou meus filhos, não tenho culpa [...] sou totalmente inocente”, afirmou. Ela também disse que só começou a desconfiar dele após novos episódios de envenenamento: “Dos meus dois netos, eu pensava mesmo que tinha sido do caju, mas depois ocorreu esse outro fato e estava errado”.
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Vítimas do envenenamento/Reprodução |
Francisco de Assis, por sua vez, também negou as acusações e levantou suspeitas sobre Maria Jocilene, ex-nora de Maria dos Aflitos, que morreu em janeiro após apresentar sintomas de intoxicação. “Suspeito o tempo todo dessa Jocilene. Quando o menino começou a passar mal lá em casa, a Jocilene chegou junto. Parece combinado”, declarou.
O caso
As investigações apontam que as mortes ocorreram em três momentos distintos, entre agosto de 2024 e janeiro de 2025, todas com uso de veneno à base de agrotóxico. As vítimas eram, em sua maioria, filhos e netos de Maria dos Aflitos, além de uma vizinha. Entre os mortos estão cinco crianças, a filha e o filho da acusada, e sua ex-nora.
O casal responde por oito homicídios qualificados e três tentativas de homicídio. Ambos estão presos desde janeiro deste ano e, segundo a Justiça, seguem em plena capacidade mental para responder pelos crimes. Com informações do Portal Conecta Piauí
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