A Secretaria de Estado da Saúde do Piauí (SESAPI) vai montar uma força-tarefa para acelerar a aplicação de doses nas cidades e garantir o aumento da cobertura vacinal no estado. As causas para o atraso na imunização são diversas. De acordo com o Vacinômetro, ferramenta utilizada para monitorar a campanha de vacinação contra a Covid-19 no Piauí, o estado já recebeu 1.694.079 doses de imunizantes. Do total, 1.558.062 foram distribuídas aos municípios, mas quase 400 mil vacinas ainda não foram aplicadas na população. Informações G1 Piauí
A campanha de vacinação contra a Covid-19 iniciou no dia 18 de janeiro deste ano. Desde então, segundo a diretora de Vigilância Sanitária, Cristiane Moura Fé, a secretaria vêm monitorando a distribuição, aplicação das doses e o registro nos sistemas de informação.
Para acelerar a cobertura vacinal, este monitoramento será intensificado e equipes do órgão acompanharão os trabalhos nas 10 cidades com o maior déficit de imunizantes cadastrados.
“O ranking dos municípios com mais dificuldades é definido por dois critérios: maiores percentuais com déficits e maiores totais populacionais por números absolutos. Em função disso, temos algumas hipóteses sobre o atrasado: as cidades estão aguardando o intervalo correto entre as duas doses e podem estar tendo dificuldades em realizar a vacinação e o registro”, afirmou a diretora.
Reclamações de gestores
Entretanto, os prefeitos dos municípios piauienses reclamam que o processo de imunização é burocrático e ocorre a demora.
“A burocracia é muito grande, tem que selecionar os grupos prioritários e isso dificulta. Outro problema é em relação ao registro junto ao Governo Federal. É feito um rascunho, esse rascunho tem que ser digitado para o sistema e todos esses fatores dificultam o atraso da vacinação tanto aqui em Itaueira como na Região Sul do Piauí”, comentou o prefeito de Itaueira, Osmundo de Moraes Andrade.
Além disso, conforme o presidente da Associação Piauiense de Municípios (APPM), Paulo César Morais, existe um adiamento na entrega de insumos para aplicação das vacinas.
“A vacinação está sendo realizada. Só para ter uma ideia, na semana retrasada, na sexta-feira, chegaram doses da Pfizer nas regionais. Mas, os diluentes e as seringas só chegaram na quarta-feira, seis dias depois. Então, conta-se que chegou no município, mas não houve a realização da vacinação por faltar seringas e diluentes. Também há um problema de alimentação do sistema. Existem prefeituras que só têm um servidor para alimentar os dois sistemas e têm outras vacinas para serem alimentadas, tem problema de internet, tem município que tem uma área territorial muito grande. A divisão de quantitativo por município foi com base no censo de 2010. Acontece que está totalmente defasada, alguns municípios avançam e outros nem tanto. A quantidade de vacina que chega é para um certo grupo prioritário e aquela quantidade já está defasada”, comentou o presidente.
"Chegou, entregou"
A diretora de Vigilância Sanitária,
Cristiane Moura Fé, informou que as doses e os insumos são entregues logo após
o recebimento do Ministério da Saúde. “Chegou, entregou. Essa é a ordem que
desenvolvemos desde o início da campanha. A exemplo da última entrega, nós
recebemos na sexta-feira, às 13h30, e saímos com a distribuição para as
regionais mais próximas da capital no sábado de manhã, ao meio-dia, já estando
disponíveis nesses pontos que a gente entrega”, contou à TV Clube.