Moradores de Uruçuí fazeram uma manifestação
em frente à Delegacia Regional de Uruçuí onde Jéssica Pais e Sousa, de 30 anos,
está presa preventivamente, suspeita de matar por espancamento a sobrinha Maria Eduarda Vitória de Oliveira de 4 anos, no último sábado, 14. Populares com
balões brancos e apitos pediam justiça.
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Populares com balões brancos e apitos pediam justiça |
Jéssica Pais estava com a guarda de Maria
Eduarda e de seu irmão de 3 anos, devido aos pais viverem em situação de rua em
Posse-Goiás há cerca de 5 meses. A mãe chegou ser internada em um hospital
psiquiátrico, mas teve alta e voltou a viver nas ruas com os pai. O casal tem
outros filhos que não foram trazidos para o Piauí.
Maria Eduarda ainda foi levada para o
hospital onde foi constatado os sinais de espancamento e óbito por traumatismo
craniano. A equipe médica desconfiou e acionou a Polícia Militar que foi até o
local e depois até a casa da família. Jéssica foi presa em flagrante e sua
prisão convertida em preventiva.
O irmão da vítima foi retirado da casa de
Jéssica e está sendo assistido pelo Conselho Tutelar de Uruçuí. A conselheira
tutelar Amanda Dias disse ao Cidadeverde.com que o conselho está em diálogo com
os conselheiros tutelares do município de Posse, em Goiás, onde vivem os pais
da criança, para definir para onde a criança deverá ser encaminhada.
"Existem indagações sobre para onde o
irmão da vítima vai estar ficando, isso é uma coisa que a gente vai estar
debatendo, juntamente com o CMDCA [Conselho Municipal dos Direitos da Criança e
do Adolescente] e o conselho tutelar do município natal da criança, para a
gente acordar algo que seja voltado, que seja benéfico para a criança. Então
assim, a gente está fazendo tudo dentro dos parâmetros, das nossas atribuições,
(...) que possam ser mecanismos que tragam esse acolhimento para a criança
porque ela realmente está precisando", disse.
A conselheira também se defendeu de
críticas de que a situação trágica ocorreu por omissão do conselho tutelar. Ela
conta que não tinham conhecimento da situação da vítima, e que provavelmente
houve uma falha da rede de proteção, uma vez que as crianças moravam em um
abrigo e, ao serem adotadas, os órgãos de acompanhamento às crianças deveriam
ter sido comunicados.
"A casa de acolhimento que estava
abrigando essas duas crianças lá fez esse contato com a tia, que é a suspeita
do caso, e foi então que enviaram as crianças pra cá. A investigação, não se
sabe, pode ter ocorrido uma falha da rede em si, porque a casa de acolhimento,
quando enviou as crianças juntamente com a tia, eles não enviaram relatório,
não contactaram a rede de proteção do município de Uruçuí, falando a respeito
que essas crianças estavam por aqui para a gente fazer a continuidade do
acompanhamento dessas crianças", citou.
Investigações
A Delegacia de Uruçuí continua as
investigações sobre a morte. O delegado Marcos Halan, que comanda o inquérito,
disse a perícia criminal verificou que havia manchas de sangue no colchão da
criança, no chão do quarto e nas roupas que estavam para serem lavadas já
dentro da máquina de lavar.
“Quando fomos avisados, fomos até a casa
da senhora Jéssica e percebemos que estava recentemente arrumada pela filha
mais velha. Mas, mesmo limpa, a perícia que veio de Floriano, conseguiu
encontrar as manchas de sangue”, afirmou o delegado.
Ele disse também que já ouviu diversas testemunhas
e a própria suspeita do crime que se contradisse em vários momentos.
“Ela falou que a criança caiu da cadeira, depois falou que não estava
no local. Contudo, a versão dela diverge das testemunhas e do médico que
constatou traumatismo craniano”, explicou Marcos Halam.