Prefeito de Guaribas-PI e cunhado furam fila e são vacinados contra a Covid-19 |
O Ministério Público do Piauí ingressou uma ação civil contra mais um prefeito do estado por furar fila da vacinação contra a Covid-19. Joercio Matias (MDB), gestor de Guaribas, e Aldir Luiz da Silva, de 39 anos, marido da secretária de saúde da cidade, Cleidiana Andrade, que é irmã do prefeito, receberam a primeira dose do imunizante sem serem considerados dos grupos prioritários definidos pelo Ministério da Saúde. Informações G1 Piauí
Prefeito de Guaribas é vacinado contra a Covid — Foto: Reprodução |
Procurados pelo G1, os citados na ação não foram localizados para comentar o caso. Porém, o documento cita que o prefeito alegou que a sua vacinação teve como objetivo conscientizar a população do município e afirmou não ter desobedecido ao plano nacional de imunização.
Na época, mais de 61 mil doses foram enviadas ao Piauí, sendo 26 delas destinadas a Guaribas. De acordo com o MP, devido à insuficiência da vacina, ela deveria ser destinada aos trabalhadores da saúde, idosos com mais de 60 anos que residem em abrigos ou indígenas.
O órgão ressaltou que nem o prefeito ou o cunhado compõem o grupo prioritário, pois Joercio, além de ser prefeito, é também agricultor, e Aldir é professor. Para o promotor José Marques Lages Neto, responsável pela ação, a vacinação do prefeito e cunhado configura-se improbidade administrativa e dano moral coletivo.
Aldir Luiz da Silva, de 39 anos, cunhado do prefeito de Guaribas — Foto: Reprodução |
“A conduta dos réus viola claramente o princípio da moralidade administrativa, pois demonstra a ausência do respeito mínimo pelo interesse público e pela população que são obrigados a ter os administradores/servidores públicos e afronta também o princípio da impessoalidade, já que os requeridos desprezaram os critérios técnico/científicos previamente definidos, para escolher beneficiar o prefeito e Aldir Luiz da Silva. Configurado o ato de improbidade administrativa”, afirmou.
O promotor destacou que a vacinação de pessoas fora dos grupos prioritários ganhou repercussão nacional, com o prefeito de Guaribas, juntamente com outros agentes públicos igualmente despreocupados com a população, sendo chamados de 'fura-fila'.
"Situação que dá a dimensão do constrangimento e humilhação a qual foi submetida a população de Guaribas, que teve sua honradez pública manchada em âmbito nacional. Logo, resta caracterizado, também, o dano moral coletivo, devendo o município de Guaribas ser condenado ao devido ressarcimento da comunidade em virtude da conduta de seus gestores”, acrescentou o promotor.
O MP também ingressou com uma ação contra o prefeito de Uruçuí, Dr. Wagner Coelho (Progressistas). O gestor alegou que recebeu a primeira dose do imunizante porque se enquadra nas prioridades definidas no plano de imunização. Ele é médico e disse que tem realizado atendimentos durante a pandemia, incluindo pacientes com Covid-19.
Contudo, o promotor de Justiça Edgar Bandeira, de Uruçuí, informou que, embora Wagner seja médico, mas não atua na profissão. Além disso, mesmo que o prefeito seja idoso, as primeiras doses foram destinadas apenas para as pessoas com mais de 60 anos que moram em abrigos. Por isso, o órgão ofereceu denúncia contra o gestor por improbidade administrativa e dano moral coletivo.
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