A Diocese de Bom Jesus, no sul do estado, suspendeu as atividades ministeriais do padre José Dutra Fonseca Baião, que tem 32 anos servindo a Igreja Apostólica Romana. O Padre Dutra não concorda com a suspensão, alega perseguição do bispo Dom Marcos Antonio Tavori, dá sua versão sobre o caso e envia mensagem à população de Bom Jesus, sua terra natal.
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"Nós não nos entendemos, tivemos sempre choques, senti que ele não foi com minha cara", disse o padre José Dutra sobre o bispo Dom Marcos/Reprodução |
“Na realidade eu não estava me sentindo bem há muito tempo, desde a chegada do bispo há 11 anos na diocese. Nós não nos entendemos, tivemos sempre choques, senti que ele não foi com minha cara , tanto que fiquei na Diocese, na coordenação dele por dois anos, no máximo e saí para outras dioceses, que eu mesmo procurava”, disse o padre Dutra, que tem 54 anos.
Ele conta que tentou de toda forma ficar na Diocese de Bom Jesus, mas o bispo não deixava. “Sempre dizia que não tinha paróquia pra mim”. Com isso, ele disse que buscou pessoalmente outras paróquias, passando por Floriano, Barreiras (Bahia), Cristalândia e Guarajamirim, em Rondônia.
“Como punição fiquei um mês em um mosteiro em São Paulo. Quando terminou o retiro, vim para Diocese e disse que não queria ir mais para outra diocese, queria ficar na minha diocese, chega, já rodei demais, já sofri demais”.
O padre disse que a última Diocese que ficou foi em Balsas (MA) a pedido do próprio bispo de Bom Jesus.
“Ele dizia que não tinha espaço para mim em Bom Jesus, foi ele mesmo que correu atrás da Diocese de Balsas, as outras fui eu. Fui contra a minha vontade, fui para lá por isso, e lá também enfrentei dificuldades, obstáculos, críticas, falsas acusações, desprezo, e portas que foram fechadas também”, disse.
Em nota, a Diocese de Bom Jesus informou que o padre Dutra pediu para se afastar das funções e que em “prévio investigativo, foi providenciado, seus meios de manutenção, retiro espiritual, auxílio psicológico”.
“Há um bom tempo, este Bispo, apoiado em seu Conselho Presbiteral, vem tentando ajudar o Pe. Dutra, no reencantamento de seu ministério sacerdotal que vinha manifestando inconstâncias e várias irregularidades que, por reservas pessoais, não nos convêm elencar”, disse o comunicado da Diocese de Bom Jesus.
Veja nota completa da igreja aqui
Padre foi acusado de assédio sexual e outras irregularidades, mas segundo o padre Dutra, as acusações contra ele não foram comprovadas.
Ele disse que soube por mensagem no WhatsApp que não iria mais para a diocese de Bom Jesus. O padre confirmou que está em processo de entrada da Igreja Católica Apostólica Brasileira (Icab), que conheceu quando esteve em Niterói, no Rio de Janeiro.
“Busquei refúgio na Icab, porque desejo ser padre e amo o sacerdócio”.
Ele confirmou que enviou uma carta pedindo afastamento e aguarda decisão do Vaticano.
“Quero dizer a todos; fiquem tranquilos, estou bem e tentei muito permanecer na Igreja Romana, mas não foi possível. Eu tentei. Mas, principalmente, não encontrei apoio, principalmente do bispo atual. Me sentir perseguido, incompreendido e não aberto ao diálogo, não fui convidado para dialogar, não mostrou luzes, pistas, ele se fechou para mim. Ele preferiu me empurrar para fora do que me encaixar na própria diocese”, disse o Padre Dutra.
Ele ressaltou que “uma vez padre sempre padre”. “Não é igreja que salva ninguém, quem salva é Jesus. O que Deus espera de nós é que sejamos pessoas do bem. A única prática deve ser o amor: amai-vos uns aos outros tanto o quanto eu vos amei”, afirmou. Com informações do Portal Cidadeverde.com
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