Alta dos preços
A inflação deverá estourar mais uma vez o teto de 6,5% do sistema de metas e ficar bem distante do objetivo central de 4,5% fixado para este ano.
No acumulado em 12 meses até abril, a inflação oficial do país, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),acumulou alta de 9,28%.
Em 2015, a inflação oficial ficou em 10,67%, a maior desde 2002. A expectativa do BC e do mercado é que o indicador fechará o ano em 7%. Para 2017, a estimativa é de 5,72%.
Mercado de trabalho
O aumento do desemprego tem sido o efeito colateral mais doloroso da recessão. Já são mais de 11 milhões de desocupados no país, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
No 1º trimestre, a taxa de desemprego ficou em 10,9%, a maior desde 2012. Em março, o Brasil completou 12 meses ininterruptos de fechamento de vagas com carteira assinada.
No acumulado nos 3 primeiros meses do ano, o país perdeu 319.150 empregos formais. Em 12 meses, o número de vagas fechadas já passa de 1,85 milhão.
O número de pessoas empregadas com carteira assinada recuou a patamares de 2013. Já o rendimento médio dos trabalhadores ficou em R$ 1.966 no 1º trimestre, valor 3,2% menor que o registrado no mesmo período de 2015.
Recessão
A projeção do FMI é que o Produto Interno Bruto (PIB) irá
sofrer uma contração de 3,8% este ano – em 2015 a queda foi de 3,8% – e ficará
estagnado em 2017. Já os analistas do mercado ouvidos pelo Boletim Focus do
Banco Central projetam um tombo maior neste ano, de 3,86%.
Se a expectativa dos analistas se confirmar, o PIB terá o
maior "tombo" desde 1990 – quando recuou 4,35% –, ou seja, em 26
anos.
Será também a primeira vez que o país registrará dois anos
seguidos de contração na economia, pela série do IBGE, iniciada em 1948.
Gastos do governo
O descontrole do gasto público tem sido fator constante de
preocupação e levou o Brasil a perder o desejado grau de investimento, o selo
de país bom pagador de sua dívida.
Em 2015, as contas do governo tiveram forte deterioração e
registraram um rombo recorde de R$ 114,98 bilhões, ou 1,94% do PIB.
Para 2016, a previsão é que as despesas superem as receitas
pelo 3º ano consecutivo.
No acumulado no ano até março, as contas do governo
registraram déficit de R$ 18,21 bilhões.
Rombo na Previdência
O crescimento do déficit do Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS), sistema público que atende aos trabalhadores do setor privado,
tem sido um dos principais fatores de preocupação.
Em 2014, a diferença entre as receitas e o pagamento de
benefícios previdenciários ficou em R$ 85,81 bilhões, ou 1,5% do PIB.
Para 2016, a projeção é de um resultado negativo de R$ 133
bilhões, ou 2,14% do PIB, segundo estimativas do Ministério do Trabalho e da
Previdência Social. Já para 2017, a previsão é que o déficit atinja a marca
recorde de R$ 167,62 bilhões, ou 2,47% do PIB.
Números divulgados recentemente mostram que a instituição da
fórmula 85/95 progressiva para aposentadorias, que vale desde junho do ano
passado, já ajuda a aumentar o rombo nas contas da Previdência.
Taxa básica de juros
A taxa básica de juros da economia vem sendo mantida desde
julho do ano passado em 14,25% ao ano, o maior patamar em quase dez anos.
Ao subir os juros ou mantê-los elevados, o BC encarece o
crédito e reduz o consumo no país, atuando assim para segurar a inflação. Por
outro lado, os juros altos prejudicam o nível de atividade da economia
brasileira e a geração de empregos.
A inadimplência e os juros bancários atingiram os maiores
patamares 5 anos, segundo dados do Banco Central.
Em meio à recessão e ao aumento do desemprego, os índices de
inflação têm mostrado queda. Com isso, o debate passou a ser não mais sobre a
possibilidade de aumento de juros, mas sim sobre quando o BC começará a reduzir
a taxa básica da economia.