Mais da metade, 70% por cento dos casos de traumatismo
crânio encefálico em 2015, no Piauí, foram causados por acidentes de motos.
Esse foi o resultado de uma pesquisa realizada em 2015 nos hospitais que
atendem pacientes vítimas de traumas como HGV e Hospital de Urgência de
Teresina (HUT).
Para o responsável pela pesquisa e coordenador da Clínica de
Neurocirurgia do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Daniel França, esse percentual
está quase sete vezes maior que a média mundial. Além disso, 80% dos
motociclistas vítimas de traumatismo craniano não usavam o capacete no momento
do acidente.
Ele explica que isso
demanda um custo muito alto com cirurgias, vagas em Unidade de Tratamento
Intensivo (UTI), onerando os gastos com a saúde pública. Pelos cálculos da
Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), uma vítima de acidente de moto
representa, em média, R$ 152 mil só de custos hospitalares.
Daniel ressalta ainda que o maior problema é que a maioria das vítimas são
jovens na idade produtiva, que ficarão fora do mercado de trabalho. “Deixam de
produzir, porque praticamente todos os casos de traumas crânio encefálico não
possuem recuperação completa. Estamos apenas trabalhando para salvar a vida,
pois uma pessoa que sofreu um trauma de crânio nunca mais volta a ser quem
era”, destaca o médico.
O neurocirurgião Marcos Alcino diz que a maioria dos seus
pacientes que estão internados na Clínica Neurológica tiveram mais de uma lesão
devido a acidentes envolvendo motocicletas e realizaram até três cirurgias.
“Eles passam, em média, três meses internados. Tudo isso onera em custo para o
hospital, para a previdência social e para a sociedade de forma geral”, explica
o cirurgião, que não sabe mensurar o custo de um paciente com politraumatismo
para o Sistema Único de Saúde (SUS).
O frentista Wellington Wallace, 20 anos, também internado no
HGV para realizar uma cirurgia de coluna, após um acidente de moto quando
colidiu com uma van. Wallace já passou por duas cirurgias e agora vai realizar
a terceira. A mãe, Tânia Raquel, relata que o filho fraturou a perna em dois
lugares, a coluna e perfurou o pulmão.
Fonte: SECOM
Edição: PpC
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