segunda-feira, 4 de abril de 2016

Piauí gasta em média R$ 152 mil com cada vítima de acidente de moto


Mais da metade, 70% por cento dos casos de traumatismo crânio encefálico em 2015, no Piauí, foram causados por acidentes de motos. Esse foi o resultado de uma pesquisa realizada em 2015 nos hospitais que atendem pacientes vítimas de traumas como HGV e Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

Para o responsável pela pesquisa e coordenador da Clínica de Neurocirurgia do Hospital Getúlio Vargas (HGV), Daniel França, esse percentual está quase sete vezes maior que a média mundial. Além disso, 80% dos motociclistas vítimas de traumatismo craniano não usavam o capacete no momento do acidente.

Ele explica que isso demanda um custo muito alto com cirurgias, vagas em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), onerando os gastos com a saúde pública. Pelos cálculos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi), uma vítima de acidente de moto representa, em média, R$ 152 mil só de custos hospitalares.

Daniel ressalta ainda que o maior problema é que a maioria das vítimas são jovens na idade produtiva, que ficarão fora do mercado de trabalho. “Deixam de produzir, porque praticamente todos os casos de traumas crânio encefálico não possuem recuperação completa. Estamos apenas trabalhando para salvar a vida, pois uma pessoa que sofreu um trauma de crânio nunca mais volta a ser quem era”, destaca o médico.

O neurocirurgião Marcos Alcino diz que a maioria dos seus pacientes que estão internados na Clínica Neurológica tiveram mais de uma lesão devido a acidentes envolvendo motocicletas e realizaram até três cirurgias. “Eles passam, em média, três meses internados. Tudo isso onera em custo para o hospital, para a previdência social e para a sociedade de forma geral”, explica o cirurgião, que não sabe mensurar o custo de um paciente com politraumatismo para o Sistema Único de Saúde (SUS).


O frentista Wellington Wallace, 20 anos, também internado no HGV para realizar uma cirurgia de coluna, após um acidente de moto quando colidiu com uma van. Wallace já passou por duas cirurgias e agora vai realizar a terceira. A mãe, Tânia Raquel, relata que o filho fraturou a perna em dois lugares, a coluna e perfurou o pulmão.

Fonte: SECOM
Edição: PpC 

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